As Sete Petições de Elias

O Sheva Elijjahu (As Sete Petições de Elias) é um encantamento baseado em orações litúrgicas, encontrado na Geniza do Cairo. Seu título é atribuído a Elias, mas a obra em si é uma coleção de material litúrgico e mágico com paralelos na literatura Hekhalot e outros encantamentos antigos. Embora o manuscrito específico date do século XI d.C., a idade exata de sua composição é incerta. A obra consiste em várias orações ou hinos de louvor, cada um com elementos de encantamento com o nome de Elias para fins mágicos e litúrgicos.

Adivinhação

A adivinhação é a prática de buscar conhecimento do futuro ou do oculto por meios sobrenaturais. As técnicas variam, incluindo rabdomancia (Ez 21:21; Os 4:12), hepatoscopia (Ez 21:21), uso de terafins (1 Sm 15:23; Ez 21:21; Zc 10:2), necromancia (Dt 18:11; 1 Sm 28:8; 2 Rs 21:6), astrologia (Is 47:13; Jr 10:2) e hidromancia (Gn 44:5, 15). A Bíblia condena a adivinhação, permitindo apenas a revelação divina como fonte legítima de conhecimento oculto (Lv 19:31; 20:6; Is 8:19, 20).

Na Mesopotâmia, a adivinhação era praticada desde o terceiro milênio a.C., com registros sumérios indicando formas como a leitura de presságios. Os mesopotâmicos acreditavam na interconexão do universo, com deuses como Ea transmitindo conhecimento secreto a especialistas (barû) para interpretar sinais. Métodos comuns incluíam a leitura de órgãos de animais (extispício), especialmente o fígado (hepatoscopia), e a interpretação de fenômenos naturais e sonhos.

No Egito, a informação divina era considerada acessível, com pedidos feitos a divindades durante festivais. A escrita hieroglífica era vista como um presente divino de Thoth, com poder divinatório. Os sonhos eram vistos como meio de contato com deuses ou mortos, com a prática da incubação de sonhos em locais sagrados.

Entre os hititas, a interpretação de presságios era comum, incluindo hepatoscopia e observação do comportamento de animais. O público em geral praticava formas mais acessíveis, como lecanomancia (óleo na água) e o uso de incenso.

Em Israel, a cultura foi influenciada por práticas de adivinhação do Antigo Oriente Próximo. Embora algumas formas fossem condenadas (Lv 19:26; Dt 18:10-11), outras eram praticadas sem condenação explícita, como o uso de Urim e Tumim por sacerdotes e o lançamento de sortes (Nm 26:55-56; Jn 1:7). José e Daniel interpretaram sonhos, e há exemplos de busca de sinais divinos (Jz 6:36-40; 1 Sm 14:8-10).

No período intertestamentário, as práticas de adivinhação continuaram, apesar da crescente importância do estudo da Torá. A literatura enóquica e os Manuscritos do Mar Morto atestam a crença em sinais celestiais e astrologia.

No mundo greco-romano, várias formas de adivinhação eram comuns, incluindo oráculos, astrologia e observação de aves. O Novo Testamento demonstra consciência da popularidade da adivinhação, com Jesus desencorajando a busca por sinais (Mt 12:38; Mc 8:12), mas indicando sinais específicos a serem esperados (Mt 24:29; Mc 13:24-25). Os sonhos e a astrologia desempenham papéis em Mateus (Mt 1:20-24; 2:12; 2:1).

Técnica de AdivinhaçãoMenções Bíblicas (exemplos, não exaustivo)
Rabdomancia (varas/flechas)Ez 21:21 (referência indireta ao rei da Babilônia); Os 4:12 (condenação do uso para buscar orientação divina, interpretado como consulta a ídolos de madeira)
Hepatoscopia (fígado)Ez 21:21 (referência indireta ao rei da Babilônia)
Terafins (ídolos do lar)Gn 31:19, 34-35 (Raquel rouba os terafins de Labão); Jz 17:5, 18:14-20 (ídolos de Mica); 1 Sm 15:23 (Samuel compara a rebelião à idolatria e ao uso de terafins); Ez 21:21; Zc 10:2 (uso condenado)
Necromancia (mortos)Dt 18:11 (proibição); Lv 19:31, 20:6 (proibição e punição); 1 Sm 28:3-25 (Saul e a médium de En-Dor); 2 Rs 21:6 (Manassés); Is 8:19-20 (condenação); Is 29:4 (referência metafórica)
Astrologia (astros)Dt 4:19, 17:3 (proibição da adoração dos astros); 2 Rs 23:5 (reforma de Josias); Is 47:13-14 (zombaria dos astrólogos da Babilônia); Jr 10:2 (advertência contra o temor dos sinais celestes); Dn 2:2, 10, 27, 4:7, 5:7, 11, 15
Hidromancia (água)Gn 44:5, 15 (referência indireta ao copo de José, possivelmente usado para adivinhação, mas sem endosso explícito da prática)
Leitura de Sinais (geral)Gn 30:27(Labão diz ter “adivinhado” mas a palavra é ambigua, pode significar “observar os sinais”), Jz 6:36-40 (Gideão e o velo de lã), 1 Sm 14:8-10 (Jônatas)
Oniromancia (Sonhos)Gn 37:5-11 (sonhos de José), Gn 40 (interpretação de sonhos por José), Gn 41 (interpretação do sonho do Faraó), Dn 2 (interpretação do sonho de Nabucodonosor), Mt 1:20, 2:12-22 (sonhos de José, esposo de Maria)
Urim e TumimEx 28:30; Lv 8:8; Nm 27:21; Dt 33:8; 1 Sm 28:6; Ed 2:63; Ne 7:65
Lançamento de SortesLv 16:8-10 (sortes no Dia da Expiação); Js 18:6-10 (distribuição da terra); Jn 1:7 (sortes para encontrar o culpado); Pv 16:33 (provérbio sobre a soberania divina); At 1:26 (escolha de Matias)