O molinismo é um sistema teológico dentro do pensamento cristão que busca reconciliar a soberania divina e o livre arbítrio humano.
A vertente recebe o nome do teólogo jesuíta espanhol do século XVI, Luis de Molina. Originalmente, era uma posição filosófica compatibilista, conciliando aspectos de determinismo e livre-arbítrio. Foi recepcionado na teologia, sobretudo protestante, como uma alternativa soteriológica.
Os molinistas argumentam que Deus realiza Sua vontade por meio de Sua onisciência, respeitando a liberdade genuína das criaturas.
Os molinistas postulam três momentos lógicos no conhecimento de Deus: conhecimento natural (incluindo todas as possibilidades lógicas), conhecimento médio (conhecimento do que as criaturas livres escolheriam em várias circunstâncias) e conhecimento livre (conhecimento de eventos reais).
Princípios-chave
Em contraste com o calvinismo dordtiano e o arminianismo, o molinismo pode ser resumido usando o acróstico “ROSES”:
- Radical Depravation (Depravação Radical): A humanidade é profundamente afetada pela queda.
- Overcoming Grace (Graça superadora): A graça de Deus pode superar a depravação humana, mas os indivíduos podem responder livremente.
- Sovereign Election (Eleição Soberana): A eleição de Deus é baseada em Seu conhecimento médio, sabendo quem responderia com fé, ao invés de ser incondicional.
- Eternal Life (Vida Eterna): Os crentes regenerados não perderão a sua justificação.
- Singular Redemption (Redenção Singular): Embora a redenção de Cristo seja suficiente para todos, ela só é aplicável aos eleitos.
O Molinismo se distingue do calvinismo dordtiano ao afirmar que os indivíduos podem escolher aceitar ou rejeitar a salvação, ao contrário da doutrina da graça irresistível. Também difere do arminianismo ao enfatizar que Deus sabe como os indivíduos reagiriam em circunstâncias específicas.
Fundamentos Bíblicos
Os molinistas apoiam a sua posição com passagens bíblicas que acreditam demonstrar o conhecimento médio de Deus. Os textos principais incluem 1 Samuel 23:8–14, Provérbios 4:11 e Mateus 11:23, juntamente com outras passagens como Ezequiel 3:6–7 e Lucas 22:67–68.
Defensores proeminentes
Proponentes proeminentes do Molinismo incluem Luis de Molina, William Lane Craig, Alvin Plantinga, Thomas Flint e Kenneth Keathley.
É uma posição popular entre batistas sulistas americanos, onde uma variante recebe a designação de providencialismo.
Em suma, enquanto o calvinismo (dordtiano) enfatiza a soberania, o arminianismo a justiça, o amiraldismo a misericórdia, o molinismo enfatiza a onisciência de Deus.
