Quarto Baruque, também conhecido como Paralipômena de Jeremias, é um texto pseudepigráfico referido como “coisas deixadas de fora (do Livro de) Jeremias” em vários manuscritos gregos antigos. Seriam anotações de Baruque filho de Nerias, secretário de Jeremias.
Embora quase todas as igrejas cristãs o considerem pseudepigráfico, a Igreja Ortodoxa Etíope o inclui como parte da Bíblia Ortodoxa Etíope sob o título “Resto das Palavras de Baruque”.
O texto do Quarto Baruque existe em versões completas e reduzidas, encontradas em grego, etíope Ge’ez (intitulado Resto das Palavras de Baruque), armênio e manuscritos eslavos. Geralmente é datado da primeira metade do século II dC, por volta de 136 dC, devido à menção do sono de 66 anos de Abimeleque, que se acredita ser 66 anos após a queda do Segundo Templo em 70 dC.
Contém fábulas, apresentando animais falantes, frutas eternas e uma águia enviada pelo Senhor que revive os mortos. Algumas partes do texto, incluindo o último capítulo, parecem ter sido acrescentadas na era cristã, levando alguns estudiosos a propor origens cristãs para 4 Baruque.
Jeremias é o protagonista e recebe uma revelação do Senhor sobre a destruição de Jerusalém devido à impiedade dos israelitas. Jeremias informa Baruque, e eles testemunham anjos abrindo as portas da cidade. Jeremias é instruído a esconder milagrosamente as vestes do sumo sacerdote na terra. Depois que os caldeus capturam Jerusalém, Jeremias vai para o exílio com os israelitas, enquanto Baruque permanece na cidade.
Contém o trope do justo dormente. Abimeleque adormece por 66 anos e acordando ao lado de uma cesta de figos frescos, milagrosamente preservados. Este evento leva Abimeleque a se reunir com Baruque e buscar uma maneira de se comunicar com Jeremias, que ainda está na Babilônia. Por meio da oração, Baruque recebe uma águia do Senhor, que carrega uma carta e alguns dos figos frescos para Jeremias. A águia encontra Jeremias presidindo um funeral e traz o falecido de volta à vida, sinalizando o fim do exílio.
Ao retornar a Jerusalém, apenas homens sem esposas estrangeiras podem passar pelo Jordão. Esta postura é consistente com a defesa do texto para o divórcio de esposas estrangeiras e o exílio daqueles que resistem a fazê-lo. Os samaritanos aparecem como descendentes de tais casamentos mistos.
