Abóboda

A abóbada, estrutura arquitetônica em forma de arco usada para cobrir espaços, possui tanto significado literal quanto metafórico na Bíblia.

No sentido literal, a abóbada é mencionada em Ezequiel 16:24, onde é associada à construção de lugares altos nas ruas. Amós 9:6 também se refere a Deus como o edificador de “câmaras no céu” e da “abóbada” sobre a terra, o firmamento (raqia em hebraico).

Raqia

Raqia, em hebraico רָקִיעַ expansão, extensão ou firmamento era a abóboda celeste na cosmologia da Antiguidade. Os povos da Antiguidade imaginavam que o céu era coberto por redoma côncava que retinha as águas celestes.

Na Bíblia Hebraica aparece em Gn 1:6-8, 14-20; Sl 19:1; 150:1; Ez 1:22-26; 10:1; Dn 12:3.

Outras culturas da época possuíam semelhante cosmovisão:

  • Os antigos egípcios pensavam que o céu era um telhado sustentado por pilares.
  • Os sumérios acreditavam que o céu era uma abóboda de estanho.
  • O céu de Homero é um hemisfério de metal que cobre uma terra redonda, plana, semelhante a um disco, cercada por água. Na Odisséia e a Ilíada a abóbada celeste é mencionada alternativamente como feita de bronze ou de ferro.
  • Para Anaxímenes e Empédocles as estrelas estão encravadas em uma cúpula celeste cristalina.
  • Platão se refere à “abóbada do céu” e ao “céu acima do céu” (Fedro 247)
  • A abóboda celeste aparece nos escritos medievais de Nachmanides (Ramban), Comentário sobre a Torá, vol. 1, pp. 33, 36.