Reino de Deus

O reino sobre o qual Deus governa e a vontade de Deus é cumprida. No Evangelho de Mateus, aparece o evidente sinônimo “reino dos céus”, aparentemente uma circunlocução para “reino de Deus” e contraste entre o reino celestial de Deus e os reinos humanos terrestres. Aparece proeminente na proclamação de João Batista, Jesus e apóstolos.

Várias passagens do Antigo Testamento contenham expressões correlatas, nenhuma explicitamente diz “reino de Deus”. Deus é descrito como o rei de todo o mundo (Sl 22:8; 1Cr 29:11) e do povo de Israel (Êx 19:6; Sl 114:2).

Os Evangelhos sinópticos referem-se claramente à vinda do reino como um evento dramático. O reino, às vezes, é mencionado como uma bênção futura (Mt 7:21; 8:11), às vezes como uma realidade presente (Lc 16:16; 17:20; Jo 3: 3-5). Há indicações que aconteceria durante a vida dos ouvintes da mensagem de Jesus (Mt 4:17; 6:10; 10:7; Mc 1: 14-15; 9:1; Lc 10:8-12; 11:2; 21:31). Outras passagens falam da “vinda” do reino, sem indicar se Jesus quis dizer que já havia chegado ou que viria no futuro (Lc 4:43; Lc 9:11). Outras passagens mencionam pessoas “entrando” no reino, mas não fica claro se no presente ou apenas uma possibilidade futura.

Em João, Jesus fala do reino de Deus em apenas uma passagem (Jo 3: 3-5).

Fora dos Evangelhos, é mencionado em Atos (Atos 1:3; 6-8: 3; 3: 17-21; 28:23; 28:30-31) e algumas vezes nas cartas de Paulo (1Co 6: 9; Gl 5:21; 1Ts 5: 1-2; 1Ts 5:23; 2Ts 1:5).

O reino de Deus ultrapassa as questões de adesão à Lei veterotestamentária ou da busca pelo domínio material, pois o reino consiste na justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14:17). Quando Jesus disse que o reino de Deus estava próximo (Mc 1:15), anunciou que Deus governaria as vidas humanas pelo perdão dos pecados. Não seria um reino externo como o de Davi ou o Império Romano, mas para algo espiritual e universal. Nesse reino, há o mandado de cristãos cumprirem seu decreto de cuidado com os pobres e necessitados (Mt 25:35; Tg 1:27), perdão e reconciliação (Mt 18: 21-35; Ef 4: 1-6), trazer vida e luz a todas as nações (Mt 5: 13-16).

O cristianismo ocidental tende a enfatizar Jesus como o servo sofredor, enquanto o cristianismo oriental destaca Jesus como rei — o Pantocrator.