Sábado

O sábado, dia de descanso semanal ordenado por Deus. Aparece como instituído como um sinal da aliança entre Deus e seu povo (Êx 31:13), o sábado comemora a obra da criação (Gn 2:2-3) e a libertação do Egito (Dt 5:15).

A observância do sábado implicava em abster-se de trabalhos rotineiros (Êx 20:10), dedicando o dia à adoração, ao repouso e à convivência familiar. Além do sábado semanal, o sistema sabático incluía outros tipos de sábado, como o sábado anual (Lv 25:4), o ano sabático (Lv 25:1-7), o ano do jubileu (Lv 25:8-17) e vários dias santos associados às festas religiosas (Lv 23).

A transgressão do sábado era considerada uma ofensa grave, punida com a morte (Nm 15:32-36).

A recepção do ciclo sabático no cristianismo também varia. Alguns grupos o veem como uma prática cerimonial que foi abolida com a vinda de Cristo. Outros consideram que seja apenas vinculantes aos isrealitas. Enquanto outros o consideram um princípio a ser aplicado de forma adaptada ao contexto atual.

A observância do sábado semanal é mantida por muitos cristãos, mas a aplicação do ciclo sabático de sete anos e do jubileu é menos comum. Alguns cristãos propõem uma interpretação espiritual do ciclo sabático, como um tempo de descanso e renovação para a alma, enquanto outros o veem como um modelo para a justiça social e a sustentabilidade ambiental.

Rogerenes

Os Rogerenes foram uma pequena denominação fundada em 1674 por John Rogers (1648-1721) em New London, Connecticut e com congregações em New Jersey, nos Estados Unidos da era colonial. Os rogerenes caracterizavam-se pela liberdade de consciência, guia imediata pelo Espírito Santo, pacifismo e considerar todos dias igualmente santificados diante de Deus.

John Rogers era um mercardor afluente na colônia de Connecticut. Incialmente, foi influenciado pelos Batistas do Sétimo Dia e pela Sociedade Religiosa de Amigos (Quakers). Como outros dissidentes, Rogers rejeitava o controle compulsório da Igreja estabelecida congregacionalista puritana.

Em meados da década de 1670, John Rogers e sua família se uniram com os batistas do sétimo dia de Newport. John Rogers rompeu com os batistas do sétimo dia quando em 1677 dois anciãos recusaram batizar uma mulher com medo das autoridades puritanas. John Rogers batizou a mulher e se tornou ancião do grupo que se reunia em torno de sua pregação.

Os rogerenes, também conhecidos como Rogerene Quakers ou Rogerines, inicialmente observavam o sábado, mas com o passar dos anos começaram a considerar cada dia como igualmente sagrado.

O desdém pela adoração dominical muitas vezes os colocava em conflito em suas comunidades. Por vezes forçados a comparecerem aos cultos da Igreja Puritana, os rogerenes levavam materiais de trabalho como protesto. Várias vezes John Rogers e outros membros foram presos.

Mais tarde adotaram o pacifismo, incluindo resistência aos impostos de guerra. Suas convenções anuais pela promoção da paz se tornaram um centro para o movimento pacifista no estado.

Praticavam o batismo de adultos, acreditvam na cura pela oração. Como os quakers, seu culto era em silêncio, inclusive para as orações, mas com cânticos e pregações conforme sentissem guiados pelo Espírito Santo. Rejeitavam ministério remunerado – e certamente nenhum ministro sustentado por impostos. Não aceitavam edifícios separados exclusivamente para o culto público.

Foram abolicionistas dedicados e ativos na Underground Railroad.

O grupo nunca foi muito grande. Em Connecticut formaram as regiões de Quaker Hill em Waterford e Quakertown em Ledyard. Algumas famílias se estabeleceram no Condado de Morris, colonizando a região rural de Landing e Roxbury Township, New Jersey, perto do Lago Rogerine. Outro grupo menor de Rogerenes por volta de 1734 se estabeleceu na montanha de Schooley perto da Hackettstown, New Jersey.

Os serviços religiosos dos rogerenes continuaram provavelmente até o início do século XX em Connecticut, quando o grupo extinguiu-se.

BIBLIOGRAFIA

Lim, Susan (2008). “The Rise of the Rogerenes in Colonial New London”. Connecticut History. 47 (2): 237–51.

Lim, Susan (2013). “Evangelization in Print: The Writings of the Rogerenes of New London, 1677-1721”. Connecticut History. 51 (2).

Starr Brinton, Ellen (March 1943). “The Rogerenes”. The New England Quarterly. The New England Quarterly, Inc. 16 (1): 2–19. doi:10.2307/361127.