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Teologia relacional
A teologia relacional é um movimento teológico e filosófico que enfatiza o conhecimento oriundo da relação com Deus mediante o encontro com a revelação.
A teologia relacional tende a ser próxima, porém distinta do teísmo aberto. Porém, alguns temas comuns a vulnerabilidade e abertura de Deus em ser voluntariamente afetado pelo que acontece na criação, particularmente em relação à humanidade. Ademais, ambas abordagens rejeitam concepções derivadas da filosofia grega, especialmente Platão e Aristóteles, para falar sobre Deus em termos a priori.
Os proponentes da teologia relacional rejeitam muitos pressupostos da noção teísta clássica de um Deus perfeito (no sentido de não ser capaz de mudar), impassível e imutável, bem como no conhecimento proposicional de Deus. Ao invés disso, concentra-se nas interações de dar e receber que caracterizam toda a existência, bem como no conhecimento posterior quando se conhece Deus revelado.
A teologia relacional se desenvolveu como um iniciativas isoladas no final do século XX e tem diversas raízes. Teve influências do Wesleyanismo, da devoção moderna, do pietismo e das teologias ortodoxas orientais. Viria a ser uma teologia distinta no final do século XX, ao combinar a filosofia analítica com críticas às teologias do processo e pós-modernas. São encontrados praticamente em todas as grandes tradições e ramos da teologia. Autores associados incluem Hegel, Horace Bushnell, I. A. Dorner, Emil Brunner, Kazoh Kitamori, Martin Buber, Juergen Moltmann, Robert Jenson, José María Castillo, Sergei Bulgakov, Clark Pinnock, John Sanders, Greg Boyd, Hans Urs Balthasar, Keith Ward, William Hasker, Amos Yong e Nicholas Wolterstorff. Dois expoentes a abraçar a identidade do movimento de teologia relacional são Thomas Jay Oord e William Andrew Schwartz. Oord enfatiza o caráter aberto da teologia relacional, enquanto outros teólogos concedem diferentes graus de perfeições descritas em termos estáticos.
Os teólogos relacionais enfatizam a natureza relacional de Deus conforme descrita na Bíblia, particularmente nas interações entre Deus e a humanidade. Eles também enfatizam a importância do amor, dos relacionamentos e da inter-relação na ética cristã e na vida da Igreja.
Essa perspectiva incentiva uma abordagem cristã aos relacionamentos e promove interações amorosas e traços de caráter que promovam relacionamentos positivos.
A teologia relacional critica nos teísmos clássicos os conceitos legados pela filosofia grega de impassibilidade e imutabilidade divina. Tais categorias e atributos de asseidade e impassibilidade afirmam que Deus permanece inalterado pela criação e imutável. Em contrapartida, essa abordagem de teologia afirma que Deus é relacional. Pela encarnação Deus demonstrou ser aberto a ser afetado e ativamente envolvido com as criaturas.
No sistema de teologia relacional a crença em um Deus pessoal/relacional disposto a interagir com a criação resolve vários paradoxos. De acordo com os principais articuladores da teologia relacional, os teólogos Oord e Schwartz, essa abordagem resolve o problema do mal.
BIBLIOGRAFIA
Brüntrup, Godehard; Göcke, Benedikt Paul; Jaskolla, Ludwig. Panentheism and Panpsychism: Philosophy of Religion Meets Philosophy of Mind. Innsbruck Studies in Philosophy of Religion, vol. 2, Brill, 2020.
Montgomery, Brint; Oord,Thomas Jay; Winslow, Karen , eds. Relational theology: A contemporary introduction. Wipf and Stock Publishers, 2012.
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