Dorothee Sölle (1929-2003) foi uma teóloga e escritora protestante alemã, ativista pela paz.
Sölle nasceu em Colônia em 1929 como Dorothee Nipperdey. Educada em uma família protestante de classe média que valorizava a arte e a filosofia. A família escondeu uma judia no sótão por um tempo e foi forçada a evacuar durante o bombardeio de Colônia. Um dos irmãos mais velhos de Sölle foi mobilizado e morreu no cativeiro.
Estudou línguas clássicas e filosofia em Colônia e Freiburg, mas dois anos depois passou a estudar alemão e teologia em Göttingen. Apesar de não se identificar como religiosa, possuir uma atitude nominal e secular em relação à Igreja Evangélica Alemã. Não se deixou impressionar pela neo-ortodoxia que insistia em que Deus “completamente diferente”.
Após sua formatura em 1954, tornou-se professora de religião no ensino médio. Casou-se com o artista Dietrich Sölle, com quem teve três filhos. O casamento duraria dez anos.
Começou a escrever sob contratos esporáticos e a participar de programas de rádio, falando principalmente sobre história da arte.
Apesar das dificuldades, Sölle escreveu sua fundamentação teológica em Stellvertretung (1965). Entrelaçou a visão cristológica clássica de Cristo representando os humanos diante de Deus com uma noção mais incomum: Cristo também representa Deus entre nós, o Deus ausente e invisível que muitos percebem como “morto”. Além disso, Sölle acreditava que a humanidade representaria Cristo aos outros até o retorno definitivo de Cristo. Isto despertou resistência entre os teólogos eclesiásticos, considerando o seu trabalho demasiado liberal. A mudança de Sölle para a teologia política, entrelaçada com sua vida pessoal, casando-se com Fulbert Steffensky. Ela defendeu a responsabilidade política dos cristãos, o que lhe valeu o rótulo de “socialista cristã”.
Sölle escreveu sobre teologia da libertação, filosofia marxista e teologia feminista. A teologia de Sölle centrava-se em agir contra a injustiça e a opressão no mundo. Escrevia para um público mais amplo, traduzindo conceitos de uma teologia política altamente engajada com uma atitude mística de fé.
Foi uma teóloga da controvérsia e da contradição. O caráter fragmentário de sua obra torna difícil de sistematizar seu pensamento e classificá-lo em grandes correntes.
BIBLIOGRAFIA
Sölle, Dorothy. “Theology for Skeptics” (1968)
Sölle, Dorothy. “Mysticism and Resistance” (1997).
