Eliasibe

Eliasibe (‘Ελιασιβ, ‘אֶלְיָשִׁיב) nome de vários personagens bíblicos.

  1. Eliasibe foi um sumo sacerdote judeu durante o período do Segundo Templo em Jerusalém, mencionado no Livro de Neemias. Seu nome significa “Deus restaura” em hebraico.

Eliasibe era neto de Jesua e seu filho Joiada também serviu como sumo sacerdote após ele (Neemias 12:10-11). Participou da reconstrução dos muros de Jerusalém após o exílio babilônico. Ele e outros sacerdotes trabalharam na reconstrução da Porta das Ovelhas (Neemias 3:1).

Eliasibe também é alvo de críticas no Livro de Neemias.Foi repreendido por Neemias por ter permitido que Tobias, um amonita, ocupasse um espaço no templo (Neemias 13:4-9).

2. Eliasibe, um sacerdote (1 Crônicas 24:12) que serviu no templo durante o reinado de Davi. Sua função específica era a de cuidar dos turnos de serviço no templo.

3. Eliasibe, um descendente da casa de Judá (1 Crônicas 3:24): listado na genealogia da tribo de Judá. Sua linhagem é traçada a partir de Davi.

4. Eliasibe, um músico do templo (Esdras 10:24): um dos levitas responsáveis pela música no templo após o retorno do exílio babilônico.

5. Eliasibe, outro levita (Esdras 10:27), retornou do exílio e é mencionado como um dos levitas que ajudaram a purificar o templo.

6. Eliasibe, outro levita (Esdras 10:36): mencionado como um dos levitas que se comprometeram a obedecer à lei após o exílio.

7. . Eliasibe, pai de Joanã (Esdras 10:6; Neemias 12:22-23): mencionado como o pai de Joanã, que também serviu como sumo sacerdote. Alguns estudiosos sugerem que este pode ser o mesmo que o sumo sacerdote Eliasibe mencionado em Neemias.

Joiada

Na Bíblia, o nome Joiada (יוֹיָדָע, Yoyada, significando “Javé conhece” em hebraico) é atribuído a pelo menos quatro indivíduos distintos:

  1. Joiada, pai de Benaia: Este Joiada é mencionado em 2 Samuel 8:18, 20:23; 1 Reis 1:8 e seguintes; e 1 Crônicas 18:17 como o pai de Benaia, um dos valentes de Davi e comandante do exército sob Salomão. 1 Crônicas 27:5-6 indica que esse Joiada era um sacerdote, e que Benaia, seu filho, o substituiu . Embora não seja explicitamente chamado de “sumo sacerdote”, sua posição de destaque e a de seu filho sugerem uma família de importância religiosa e militar.
  2. Joiada, o Sumo Sacerdote: Este é o Joiada mais proeminente na Bíblia. Ele viveu durante os reinados de Acazias, Atália e Joás de Judá (século IX a.C.). Joiada é conhecido principalmente por seu papel crucial na derrubada da rainha usurpadora Atália e na instalação do jovem Joás como rei (2 Reis 11-12; 2 Crônicas 22-24). Ele liderou a revolta, organizou a coroação de Joás no Templo, e estabeleceu uma aliança entre o povo, o rei e Deus. Joiada também orientou o rei Joás em reformas religiosas, incluindo a restauração do Templo. Morreu em idade avançada e foi sepultado com honras na Cidade de Davi (2 Crônicas 24:15-16). É a ele que a Bíblia consistentemente designa como hakohen (sacerdote), e como hakohen hagadol.
  3. Joiada, líder no tempo de Davi: 1 Crônicas 12:27 menciona um Joiada como “líder dos aronitas” (ou, em algumas traduções, “líder da casa de Arão”), que se juntou a Davi em Hebrom com 3.700 homens. A relação exata deste Joiada com os outros dois não é clara. Pode ser o mesmo indivíduo mencionado como pai de Benaia, ou um parente próximo. A descrição como “líder dos aronitas” sugere uma posição de liderança dentro da linhagem sacerdotal.
  4. Joiada, o sacerdote de Neemias Neemias 13:28 menciona que um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe era genro de Sambalate, o horonita, e foi expulso de Jerusalém.

Sumo Sacerdote

Sumo Sacerdote (כֹּהֵן גָּדוֹל, kohen gadol, em hebraico; ἀρχιερεύς, archiereús, em grego) era o título do líder religioso máximo do antigo Israel, ocupando a posição mais alta dentro do sacerdócio. O ofício do Sumo Sacerdote era hereditário, restrito aos descendentes de Arão, da tribo de Levi, e, em princípio, vitalício. Apesar de traçar suas origens a Arão, o primeiro a receber essa designação foi Joiada (2 Reis 12).

Funções e Responsabilidades:

As responsabilidades do Sumo Sacerdote eram extensas e abrangiam tanto a esfera religiosa quanto, em certos períodos, a política:

  1. Dia da Expiação (Yom Kippur): A função mais distintiva do Sumo Sacerdote era oficiar no Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico. Somente ele podia entrar no Santo dos Santos do Tabernáculo (e posteriormente, do Templo), o local da presença de Deus, para fazer expiação pelos pecados do povo e pelos seus próprios pecados (Levítico 16; Hebreus 9:7).
  2. Supervisão do Culto: O Sumo Sacerdote supervisionava todos os aspectos do culto no Tabernáculo/Templo, incluindo os sacrifícios diários, as festas religiosas e a manutenção da santidade do local.
  3. Consulta a Deus: Em algumas situações, o Sumo Sacerdote usava o Urim e Tumim (objetos sagrados de significado incerto, guardados no peitoral sacerdotal) para buscar a orientação divina em questões importantes (Êxodo 28:30; Números 27:21).
  4. Julgamento: Em certos períodos, especialmente durante o período do Segundo Templo, o Sumo Sacerdote atuava como líder do Sinédrio, o conselho supremo judaico, exercendo autoridade judicial e política.
  5. Representação do Povo: O sumo-sacerdote representava todo Israel perante Deus.

Vestimentas:

As vestes do Sumo Sacerdote eram elaboradas e simbólicas, diferenciando-o dos demais sacerdotes (Êxodo 28; 39):

  • Éfode: Um colete ricamente bordado, feito de linho fino e fios de ouro, azul, púrpura e escarlate.
  • Peitoral: Uma peça quadrada, presa ao éfode, contendo doze pedras preciosas, cada uma representando uma das tribos de Israel. Dentro do peitoral, eram guardados o Urim e Tumim.
  • Manto: Uma túnica azul, com romãs e sinos de ouro na bainha.
  • Tiara (Mitra): Um turbante de linho fino, com uma placa de ouro puro na frente, gravada com as palavras “Santidade ao Senhor”.
  • Túnica de linho, calções de linho e cinto: Semelhantes às vestes dos sacerdotes comuns, mas de qualidade superior.

História:

O primeiro Sumo Sacerdote foi Arão, irmão de Moisés, consagrado por este sob a direção divina (Êxodo 28-29; Levítico 8). A linhagem sacerdotal continuou através de seus descendentes. Em Josué 20:6 há a menção que o refugiado em uma cidade ficaria lá até o final do madato por morte do sumo sacerdote.

Durante o período monárquico, o Sumo Sacerdote manteve sua importância religiosa, mas a autoridade política estava concentrada no rei. Após o exílio babilônico e a reconstrução do Templo, o Sumo Sacerdote ganhou maior poder político, tornando-se, em alguns momentos, o governante de facto da Judeia. No período do Segundo Templo, a nomeação do Sumo Sacerdote passou a ser influenciada por poderes estrangeiros (como os selêucidas e os romanos), e o cargo perdeu parte de sua legitimidade e santidade.

Novo Testamento:

No Novo Testamento, a Epístola aos Hebreus apresenta Jesus Cristo como o Sumo Sacerdote supremo e definitivo, cujo sacrifício único na cruz supera e substitui os sacrifícios do Antigo Testamento. Jesus é descrito como Sumo Sacerdote “segundo a ordem de Melquisedeque”, não da linhagem de Arão (Hebreus 5-7). Os sumos sacerdotes do Templo, contemporâneos de Jesus (como Anás e Caifás), são frequentemente retratados em conflito com ele.