Imortalidade objetiva

A imortalidade objetiva é um conceito teológico e filosófico que sugere a persistência ou resistência de algum aspecto de um indivíduo além da morte física. Ao contrário da imortalidade pessoal, que muitas vezes envolve a sobrevivência da consciência ou da alma de um indivíduo, a imortalidade objetiva concentra-se no impacto ou influência duradouro que os indivíduos têm no mundo, na cultura ou na experiência humana coletiva.

Na imortalidade objetiva, o “Eu” (entendido como uma série linear de experiências subjetivas, cada uma das quais é o seu próprio sujeito) não continua após a morte do cérebro, mas as experiências, no entanto, influenciam tudo o que vem depois, por mais insignificante que seja. A imortalidade objetiva assim entendida também pode incluir a ideia de que as experiências são lembradas (e, portanto, afetam) Deus que é, por assim dizer, a Memória Profunda do universo (Consequente Natureza de Deus de Whitehead). Aqui as experiências e os sujeitos momentâneos a que pertencem não perderiam importância, mas seriam valorizados eternamente. O “Eu” não viveria depois da morte, mas as memórias, da parte de Deus, sobreviveriam e seriam entrelaçadas na beleza da vida contínua de Deus. Assim, existem dois tipos de imortalidade objetiva: a imortalidade objetiva no mundo e a imortalidade objetiva em Deus.

Um defensor da imortalidade objetiva é o filósofo e teólogo Alfred North Whitehead. Whitehead, em sua filosofia de processo, propôs a ideia de que os indivíduos contribuem para o processo contínuo da realidade e suas experiências são imortalizadas na estrutura do universo. Enfatizou a interconexão de todas as coisas e a influência duradoura de cada entidade no todo.

O conceito de imortalidade objetiva de Whitehead tem sido influente em várias discussões teológicas e filosóficas, especialmente dentro da tradição da teologia do processo. Teólogos do processo, incluindo Charles Hartshorne, desenvolveram e exploraram ainda mais a ideia da imortalidade objetiva.

VEJA TAMBÉM

Teoria da Morte Total

Mortalismo

Teologia do Processo

A Teologia do Processo concentra-se na relação dinâmica entre Deus e o mundo, em vez de atributos estáticos de Deus.

No teísmo do processo Deus está em um processo contínuo de auto-revelação através das interações entre Deus e o mundo. Na Teologia do Processo, Deus é visto como intimamente envolvido no mundo e sensível às necessidades e ações dos seres humanos e de todos os outros seres.

A Teologia do Processo foi desenvolvida por filósofos e teólogos no início do século XX, como Alfred North Whitehead e Charles Hartshorne. Esses filósofos tornaram-se à teologia e buscaram fornecer uma compreensão mais dinâmica e contemporânea de Deus que pudesse abordar os desafios e complexidades da modernidade. Houve influências das obras de filósofos como Immanuel Kant e Henri Bergson, além de informações oriundas da física, biologia e outras ciências naturais.

Em contraste com o teísmo clássico, que enfatiza os atributos de Deus como inalteráveis e atemporais, a Teologia do Processo vê Deus como evoluindo e se adaptando à resposta do mundo em constante mudança.

Mais discutida entre círculos filosóficos que teológicos, teve como expoentes posteriores Daniel Day Williams, John B. Cobb e Eugene H. Peters. As concepções teístas neoclássicas, teísmo finito e o teísmo aberto tiveram algumas influências da teologia do processo.

BIBLIOGRAFIA

Alves, Leonardo Marcondes. “O Deus pós-moderno“. Ensaios e Notas, 2010. https://ensaiosenotas.com/2010/12/03/o-deus-pos-moderno/