Boécio da Dácia

Boécio da Dácia (?-c.1284), também conhecido como Boécio da Suécia, foi um filósofo averroístas.

Provavelmente era um clérigo secular e cônego da diocese de Linköping, na Suécia. Em Paris, Boécio foi colega de Siger de Brabante no movimento averroísta. Rejeitava a criação ex nihilo e negava a eternidade do cosmo. Negava a imortalidade humana, rejeitando a ressurreição dos mortos. No entanto, permanecia cristão.

Suas ideias foram condenadas em em 1277 por Stephen Tempier, bispo de Paris. Boécio fugiu de Paris com Siger e mais tarde juntou-se à Ordem Dominicana na província da Dácia, nome que davam à Dinamarca.

Dedicou-se à lógica, filosofia natural, metafísica e ética. Era um racionalista, afirmando a supremacia da contemplação filosófica e da vida virtuosa como o propósito último da vida humana. Apesar da sua abordagem racionalista, Boécio procurou conciliar as suas investigações filosóficas com a sua fé cristã, reconhecendo a primazia da verdade revelada sobre as conclusões filosóficas em casos de conflito.

Siger de Brabant

Siger de Brabant (c.1240-c.1281) foi um filósofo dominicano, professor de teologia e filosofia em Paris.

Foi um proponente do averroísmo, sendo também influenciado por Proclo (410–485) e Avicena (980–1037), além de debater com Tomás de Aquino.

Discutia a relação entre fé e razão, aceitando a possibilidade de contração entre a filosofia e a doutrina cristã. Discorreu sobre a imortalidade da alma, argumentando que existe apenas uma alma “intelectual” para a humanidade e, portanto, uma vontade. Embora esta alma seja eterna, os seres humanos individuais não são imortais.

Posto em suspeita e condenado por autoridades acadêmicas e religiosas, morreu no exílio quando o clérigo que o acompanhava enloqueceu e esfaqueou-o.