Storefront mission

Storefront mission ou storefront church são prédios comerciais que abrigam congregações, tipicamente nos grandes centros urbanos da América do Norte.

Coloquialmente chamadas de simplesmente “a missão”, compreendem qualquer estrutura reaproveitada para atividades religiosas que já foi utilizada para varejo comercial, incluindo lojas, teatros e vários tipos de casas. Apesar dos debates sobre a sua categorização, o termo prevalece nos bairros centrais das cidades dos Estados Unidos e desempenha um papel significativo no cenário cultural e religioso.

Após a Guerra Civil, os espaços do centro da cidade tornaram-se o lar de casas improvisadas de oração e serviços diaconais. Figuras como A.B. Simpson em Nova York e D.L. Moody, em Chicago, foram pioneiros em missões para migrantes, trabalhadores e pobres. Esta estratégia baseada na missão foi fundamental para o terceiro Grande Despertar.

Em Chicago destacaram-se a Pacific Garden Mission, as missões ligadas ao YMCA e ao movimento de Moody, as quais eram adenominacionais.

Michele Nardi e sua esposa Blanche adotaram uma abordagem semelhante. O casal alugavam salas em áreas urbanas lotadas para evangelização e serviços sociais. Foi assim em missões que fundaram nas pequenas itálias em Chicago, Pennsylvânia e Califórnia.

O pentecostalismo encontrou terreno fértil para esse tipo de instalação. A missão da Rua Azusa e outras nascidas de espaços comerciais reaproveitados. A missão de North Avenue e a missão italiana de West Grand Avenue em Chicago são outros exemplos. A missão Hebden em Toronto e o Glad Tidings Tabernacle em Nova York foram outros centros importantes que funcionaram como uma missão em salas comerciais. Estas missões, muitas vezes situadas no coração de bairros urbanos, desempenharam um papel crucial na disseminação do pentecostalismo durante os seus primeiros anos.

O movimento da missões em salas comerciais teve proliferação significativa dessas instituições entre o início dos anos 1900 e meados da década de 1930. Este período coincidiu com a migração em massa de afro-americanos do Sul rural para as áreas urbanas do Norte. Migrantes da Europa e da Ásia também utilizaram tais recrusos. As igrejas montras, neste contexto, podem ser vistas como movimentos de revitalização. Representam esforços deliberados, conscientes e organizados dos migrantes para adaptar as práticas religiosas rurais a um ambiente urbano.

Estas igrejas serviram como pontos de encontro comunitários vitais, ajudando na integração dos migrantes nos seus novos ambientes urbanos.

Apesar do seu papel positivo na construção e integração comunitária, as igrejas comerciais muitas vezes enfrentavam oposição dos residentes do bairro. Preocupações com a desvalorização de propriedades, aumento de multidões, interrupções no trânsito e ruído foram comumente expressas. Esta oposição destacou as tensões entre o desejo de expressão religiosa e os desafios práticos associados à presença destas igrejas em ambientes urbanos.

Bibliografia

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