O midrash, também grafado “midraxe”, é uma interpretação expansiva das Escrituras para fins de pregação (homilética), atualização normativa (midrash halacá) ou explicação narrativa (midrash hagadá).
O midrash toma as Escrituras como ponto de partida e tenta tornar uma passagem compreensível, útil e relevante para a geração presente. Não há preocupação quanto a historicidade ou facticidade da interpretação, mas preencher lacunas interpretativas, harmonizar passagens e atualizar a aplicação de normas para situações não previstas em passagens normativas das Escrituras.
Oriundo da raiz D.R.Sh, que significa “buscar, investigar, estudar”. O termo midrash é encontrado duas vezes na Bíblia, ambas em 2 Crônicas. Em 2 Cr 13:22 menciona “no midrash do profeta Ido” e em 24:27 diz que“estão escritos no midrash do livro dos reis”, referindo-se à fonte do cronista para seu relato de Abias e a sobre os muitos atos e oráculos contra Joás e os seus filhos.
Na exegese intra-bíblica há vários exemplos putativos de midrash:
- A epístola de Hebreus poderia ser um midrash do Salmo 110;
- Mateus utiliza amplamente essa técnica aliada à tipologia para citar autores do Antigo Testamento;
A rocha movente de 1 Cor 4:10 era um midrash corrente na Antiguidade Tardia.
BIBLIOGRAFIA
Renée Boch, “Midrash” in Supplément au Dictionnaire de la Bible. Volume 5 ed. H. Cazelles. Paris-IV: Libraire Letouzey et Ané, 1957, p. 1265
Fishbane, Muchael. The midrashic imagination: Jewish exegesis, thought and history. Albany: SUNY Press, 1993..
Uma consideração sobre “Midrash”