Unção, em hebaico מָשַׁח, nas Escrituras era o derramento de azeite cerimonial.
No Antigo Testamento a unção aparece na cerimônia de apontament ao ofício de sacerdotes (Lv 8:12–13), profetas (1 Re19:16; Is 61:1) e reis (2 Sm 5:3; 1 Re 1:39). Povos vizinhos ungiam reis, vassalos e outros altos oficiais da corte.
Em Êx 30:22–25 aparece uma receita de azeite aromatizado para ungir o tabernáculo, seus móveis e os sacerdotes. O óleo perfumado era feito de azeite de oliva, mirra, canela, cana aromática (?) e cássia.
Os reis ungidos em Israel são tratados “o ungido do Senhor” (ou “o messias do Senhor”, cf. 1 Sm 24:10; Sl 2:2; Lm 4:20), tal como o rei persa Ciro (Is 45:1). Deus instrui Elias para ungir dois reis: Hazael como rei da Síria (1Rs 19:15) e Jeú, filho de Ninsi, como rei de Israel, além de sucessor, Eliseu, filho de Safate, como profeta (1Rs 19:16). Nesse contexto, o termo messias ou ungido não tinha conotações de um salvador divino.
Em períodos tardios da história bíblica, como sinal de reconhecimento divino a um ofício, o termo unção ganhou o sentído metafórico de derramento do Espírito.
A palavra hebraica “Messias” (מָשִׁיחַ, mashiach) significa “o Ungido”, que é traduzido para o grego como “Cristo” (Χριστός, Christos). Nesse sentido Jesus é chamado de o Ungido, ou Jesus Cristo. Esse título reflete as expectativas messiânicas do período do Segundo Templo, com a restauração dos ofícios de rei, sacerdote e profeta sem comprometimento com a corrupção temporal.
Associado à ação de cura divina, no Novo Testamento aparece a unção administrado aos enfermos (Tg 5:14–15; Mc 6:13).
BIBLIOGRAFIA
Dudley, Martin; Rowell, Geoffrey. The Oil of Gladness: Anointing in the Christian Tradition. London: SPCK, 1993.
Fried, Lisbeth S. “Cyrus the Messiah? The Historical Background to Isaiah 45:1.” Harvard Theological Review 95 (2002): 373–93