William Wrede (1859-1906) foi um biblista alemão, especializado no Novo Testamento.
Wrede nasceu em Bücken, Baixa Saxônia, e estudou teologia nas universidades de Göttingen, Tübingen e Berlim.
Em seu livro “O Segredo Messiânico” (1901) argumentou que o Evangelho de Marcos foi escrito com uma técnica literária deliberada e distinta: o retrato de Jesus como um Messias que comanda seus discípulos a manter sua verdadeira identidade um segredo até depois de sua morte e ressurreição. Segundo Wrede, esse “segredo messiânico” foi uma forma de Marcos explicar o fato de Jesus não ter sido reconhecido como o Messias durante seu ministério terreno.
Outro foco era os estudos paulinos. As cartas de Paulo não pretendiam ser tratados sistemáticos sobre teologia, mas sim cartas pessoais e pastorais abordando questões específicas nas comunidades para as quais foram escritas. Wrede também enfatizou a importância do contexto histórico na compreensão dos escritos de Paulo e criticou as tentativas de construir uma teologia “sistemática” baseada apenas nas cartas de Paulo.
Paulo não se preocupava com a salvação pessoal e individual com ênfase moderna na mente e alma. Em vez disso, ele estava preocupado com como Deus salva uma comunidade que inclui pessoas judias e não-judias, a essência da verdadeira redenção. Para Paulo, a redenção significava libertar-se da dominação angélica, poderes e autoridades, o que significava libertar-se da lei. Portanto, a justificação pela fé não é central para a doutrina de Paulo. Para Paulo, a justificação pela fé falava de duas questões: como um gentio se tornava cristão (seguidor do messias judaico) e qual era o caminho para a salvação.