Dispensacionalismo

O dispensacionalismo é um sistema teológico, modo interpretativo e abordagem de teologia bíblica que vê a história do mundo como uma série de “dispensações” distintas ou períodos nos quais Deus trabalhou com a humanidade de maneiras diferentes.

É fundamentado em dois princípios básicos.

O primeiro princípio é que a história cosmológica é composta por uma série de ‘dispensações’, ou períodos temporais específicos dentro da economia divina.

Economia de salvação é como Deus administra seu plano redentivo, as maneiras pelas quais Deus interage com o ser humano. Para o dispensacionalismo as dispensações não consistem em diferentes meios para salvação.

O segundo princípio é que Deus tem planos separados para Israel e para a Igreja. Muitos dispensacionalistas enfatizam o significado duradouro da aliança de Deus com Israel, sendo contra as teologias supersessionistas, segundo as quais as promessas de Deus Abraão havia sido de alguma forma anuladas por Cristo.

Várias propostas dividiram a história de salvação como forma hermenêutica. Contudo, o tratamento de cada estágio como uma teologia particular teve antecedentes diversos. O ministro anglicano Thomas Brightman (1557–1607) interpretou as sete igrejas no livro do Apocalipse como referindo-se a sete eras da história da igreja. Outros antecessores do dispensacionalismo moderno incluem Robert Pont (1524–1606), Pierre Poiret (1646-1719), John Edwards (1639-1716), Isaac Watts (1674-1748).

O dispensacionalismo moderno se originou no século XIX com John Nelson Darby. O movimento ganhou popularidade nos Estados Unidos por meio dos ensinamentos de teólogos como D. L. Moody e C.I. Scofield. Tem sido associado a certas crenças teológicas, como um arrebatamento repentino na pré-tribulação da Igreja e um reinado pré- milenar de Cristo na terra.

O modelo mais conhecido das dispensações é proposto por Scofield:

  1. Inocência (Gn 1:28): desde a criação do mundo até a queda de Adão.
  2. Consciência ou responsabilidade moral (Gn 3:7): da queda até o final do dilúvio.
  3. Governo humano (Gn 8:15): do final do dilúvio até o chamado de Abraão.
  4. Promessa (Gn 12:1): do chamado de Abraão até a entrega da lei.
  5. Lei (Êx 19:1): da entrega da lei até o Pentecostes.
  6. Igreja (At 2:1): do Pentecostes até o arrebatamento.
  7. Reino (Ap 20:4): o reino milenar de Cristo.

Alternativas mais conhecidas são:

  • O hiperdispensacionalismo de E. W. Bullinger.
  • Dispensacionalismo simplificado (Israel, Graça, Nova Aliança).
  • Dispensacionalismo revisado de Charles C. Ryrie.
  • Dispensacionalismo progressivo de Craig A. Blaising.

Os críticos do dispensacionalismo argumentam que ele depende demais de uma interpretação que mistura sem critérios leituras alegóricas (sete igrejas de Apocalipse como sete eras), literais (Dois homens estarão na lavoura: um será arrebatado, mas o outro deixado. Mt 24:40), além de ignorar o contexto histórico e cultural da Bíblia (desconsiderar a linguagem simbólica presente em Daniel e Apocalipse nos termos de suas épocas para uma leitura que historiciza o futuro).

As alternativas concorrrentes ao dispensacionalismo como arcabouço de teologia bíblica e história de salvação incluem a Escola Histórico-Redentora, a Heilgeschicht, o Aliancismo, o Cocceianismo, a Visão Federal, dentre outros.

Uma consideração sobre “Dispensacionalismo”

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