A doutrina da união sacramental é a visão teológica luterana da presença real do corpo e sangue de Cristo na eucaristia. De acordo com essa perspectiva, na utilização do sacramento, o pão consagrado se une ao corpo de Cristo e o vinho consagrado se une ao seu sangue, por meio do poder de suas palavras. Essa união ocorre para todos os comungantes, crentes e não crentes, permitindo que todos comam e bebam do corpo e sangue de Cristo. Os luteranos mantém uma posição de “realidade objetiva, mas silêncio piedoso sobre detalhes técnicos”. Cristo está realmente presente em, com e sob os elementos do pão e do vinho.
É também chamada de ubiquitarianismo por enfatizar a onipresença da natureza de Jesus Cristo.
A união sacramental é comparada à união pessoal das duas naturezas em Jesus Cristo, mantendo a distinção entre o pão e vinho consagrados e o corpo e sangue de Cristo. Lutero fazia analogia do ferro quente. O calor e o metal juntavam-se em uma só realidade, mas cada um era algo distinto. A doutrina luterana afirma que, na Ceia do Senhor, o pão e o vinho consagrados são verdadeiramente o corpo e o sangue de Cristo, e mesmo aqueles que não creem participam da manducatio indignorum (comer dos indignos). A doutrina é baseada nas palavras de instituição de Jesus na Última Ceia, acreditando que, por meio de seu mandato, o pão se torna seu corpo e o vinho seu sangue em todas as celebrações da rucaristia.
Essa visão é distinta dos conceitos de transubstanciação, consubstanciação, impanação e real presença reformada.
Essa doutrina também se diferencia da visão reformada de presença real, que destaca a presença espiritual de Cristo na Ceia, sem uma união substancial com os elementos.
A visão luterana da eucaristia é distinta da transubstanciação, ensino católico romano de que pão e vinho se transformam no corpo e sangue de Cristo.
Embora alguns erroneamente a rotulem como consubstanciação, os luteranos, incluindo Lutero, discordam disso. Os luteranos rejeitam uma presença lado a lado e enfatizando a verdadeira presença de Cristo em, com e sob os elementos.
Fórmula de Concórdia, Epítome, VII, “A Santa Ceia de Cristo”: 15 6. Cremos, ensinamos e confessamos que com o pão e o vinho o corpo e o sangue de Cristo são recebidos não apenas espiritualmente, pela fé, mas também oralmente – porém, não de maneira cafarnaítica, mas por causa da união sacramental de maneira sobrenatural e celestial. As palavras de Cristo ensinam isso claramente quando nos orientam a tomar, comer e beber, tudo isso aconteceu no caso dos apóstolos, já que está escrito: “E todos beberam dele” (Marcos 14:23). Da mesma forma, São Paulo diz: “O pão que partimos não é uma participação no corpo de Cristo?” (1 Coríntios 10:16) — isto é, quem come deste pão come o corpo de Cristo. Este também tem sido o ensinamento unânime dos principais Padres da Igreja, como Crisóstomo, Cipriano, Leão I, Gregório, Ambrósio, Agostinho.

Uma consideração sobre “União sacramental”