Didaquê ou Didachê do grego διδαχń, “ensino”, “doutrina”, “instrução” é um livro anônimo cristão primitivo, integrante da literatura patrística.
Redigido em grego koiné, é datado por volta do ano 100, provavelmente originário da Judeia ou na Síria. A obra esteve perdida e o manuscrito foi redescoberto em 1873 pelo bispo ortodoxo grego Philotheos Bryennios, publicado dez anos depois.
Trata-se de uma literatura moral. Ensina os dois caminhos: o caminho da vida e o caminho da morte. É uma fonte valiosa a respeito do batismo, jejum, oração e santa ceia. Discorre sobre a vida da igreja, como receber apóstolos e profetas itinerantes, como celebrar o culto e escolher bispos e diáconos. Finaliza com um texto escatológico e pede vigilância quanto ao retorno de Cristo.
Didaquê 8:2 contém uma versão do Pai Nosso. Seria ou a mais antiga menção do Evangelho de Mateus 6:9-13 ou um testemunho da circulação paralela de fontes orais ou escritas.
Na época de sua composição as igrejas não parecem ter uma hierarquia mais elaborada (ofícios permentes e distintos de bispos monárquicos e presbíteros). Adicionalmente, o autor de Didaquê aparante não ter nenhum conhecimento dos escritos paulinos.
Clemente de Alexandria e Dídimo, o cego, trataram o Didaquê como escrituras.
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