Arcon deste Cosmos ou Príncipe deste Mundo, em grego pode simplesmente se referir a autoridades políticas humanas, mas também tinha um significado especial acerca de entidades espirituais.
Este sentido de poder espiritual aparece nos últimos textos da Septuaginta, como Dan 10:13.
O conceito de arcon ou arconte te pertence às perspectivas da Antiguidade Tardia. Muitos persas zoroastrianos, judeus enoquiano, pessoas helenizadas gnósticas acreditavam que o cosmos tinha sido escravizado — demonstrado pela morte — tanto por nosso pecado quanto pelo governo maligno dessas entidades espirituais que reinariam sobre a terra desde os céus e que mantêm espíritos escravizados abaixo da terra.
Esses Arcontes teriam domínio sobre as nações – convencionalmente contados como as 70 nações sob os céus. Sejam caídos, amotinados ou meramente incompetentes, esses seres permanecem como um abismo de separação entre a humanidade e o Deus bom.
O cristianismo apresenta Cristo como conquistador e vitorioso sobre esses arcontes. (Ap 1:5)
Paulo se refere a eles como principados e potestades. Em Mateus 4:8, Lucas 4:6, João 12:31, 14:30 e 16:11, 1 João 5:19 mencionam os arcons no controle do mundo e dos demônios. O Evangelho de João chama esse ser de “o arconte deste mundo” a ser derrotado e julgaldo, retratando a morte de Jesus como uma missão principal nesta batalha cósmica (João 12:20-36).
BIBLIOGRAFIA
Heiser, Michael S. The unseen realm: Recovering the supernatural worldview of the bible. Lexham Press, 2015.
Walton, John H. Demons and Spirits in Biblical Theology: Reading the Biblical Text in Its Cultural and Literary Context. Wipf and Stock Publishers, 2019.