Asbelitas

Asbelitas, um grupo familiar pertencente à tribo de Benjamim, descendiam de Asbel, um dos filhos de Benjamim mencionados em Gênesis 46:21. Embora a Bíblia não detalhe a história ou os feitos específicos dos Asbelitas, sua inclusão nas genealogias bíblicas, como em Números 26:38 e 1 Crônicas 8:1-5, demonstra sua relevância na estrutura social e tribal de Israel.

A menção em Números 26 ocorre no contexto do recenseamento dos israelitas no deserto após a saída do Egito, evidenciando a importância de identificar e contabilizar cada clã e família para a organização do povo na conquista da terra prometida. Em 1 Crônicas 8, a genealogia dos Asbelitas é expandida, listando os descendentes de Asbel e suas famílias.

Asrielitas

Asrielitas, um grupo familiar descendente de Manassés, uma das doze tribos de Israel. Sua linhagem específica remonta a Asriel, filho de Gileade, neto de Maquir e bisneto de Manassés, conforme descrito em Números 26:29-31. Essa genealogia coloca os Asrielitas como parte do clã de Maquir, que desempenhou papel importante na conquista e assentamento da Transjordânia.

Abstinência

Abstinência denota a renúncia voluntária à satisfação de desejos ou necessidades, geralmente com propósitos religiosos ou espirituais. Essa prática, presente em diversas culturas e religiões, manifesta-se nas Escrituras através de diferentes formas, como jejum, restrições alimentares e abstenção de relações sexuais.

O jejum, abstenção total ou parcial de alimentos por um período determinado, figura como prática recorrente no Antigo Testamento. Era observado em momentos de luto, arrependimento, busca por orientação divina ou preparação para encontros com Deus. Moisés, Elias e Jesus, por exemplo, jejuaram por quarenta dias em momentos cruciais de suas vidas. O jejum simbolizava humildade, dependência de Deus e purificação espiritual.

As leis dietéticas do Antigo Testamento, especificadas em Levítico 11 e Deuteronômio 14, estabeleciam restrições alimentares para o povo de Israel. A abstenção de certos alimentos, considerados impuros, visava separar o povo e consagrá-lo a Deus. Essas restrições tinham implicações rituais, higiênicas e simbólicas, representando a santidade e a pureza exigidas por Deus.

A abstinência sexual também encontra referências nas Escrituras, associada a propósitos específicos como consagração a Deus, preparação para batalhas ou períodos de luto. No Novo Testamento, Paulo recomenda a abstinência temporária para dedicação à oração em 1 Coríntios 7:5.

Os nazireus, descritos em Números 6, faziam votos temporários ou permanentes de abstinência de vinho e bebidas fermentadas, corte de cabelo e contato com mortos. Essa consagração os separava para serviço a Deus, concedendo-lhes status especial e santidade. Sansão, Samuel e João Batista são exemplos de nazireus dedicados a Deus desde o nascimento. O voto nazireu simbolizava entrega total e busca por pureza ritual.

Os recabitas, por outro lado, não faziam votos individuais, mas seguiam regras ancestrais de abstinência estabelecidas por Jonadabe, filho de Recabe. Conforme descrito em Jeremias 35, eles se abstinham de vinho, não construíam casas, não plantavam nem possuíam terras, vivendo em tendas como símbolo de nomadismo e dependência de Deus. Sua obediência às tradições e recusa aos prazeres mundanos serviam como testemunho contra a infidelidade e desobediência do povo de Judá.

Em Atos 15 a questão da abstinência se entrelaça entre fé, tradição e liberdade na Igreja primitiva. O capítulo narra a assembleia em Jerusalém, convocada para resolver a controvérsia sobre a necessidade da circuncisão para os gentios convertidos.

O debate centralizava-se na relação entre a lei mosaica e a salvação em Cristo. Alguns cristãos judeus insistiam na observância da lei, incluindo a circuncisão, como requisito para a salvação. Outros, liderados por Paulo e Barnabé, defendiam que a salvação vinha pela graça mediante a fé em Jesus, independentemente da observância da lei.

Após intensa discussão, Pedro tomou a palavra, relatando sua experiência com Cornélio, um gentio que recebeu o Espírito Santo sem ter sido circuncidado. Seu testemunho demonstrou que Deus estava agindo entre os gentios sem exigir a observância da lei mosaica.

Tiago, líder da igreja em Jerusalém, concordou com Pedro, citando profecias do Antigo Testamento que apontavam para a inclusão dos gentios no plano de Deus. Ele propôs que se evitasse impor fardos desnecessários aos gentios convertidos, exigindo apenas que se abstivessem de algumas práticas relacionadas à idolatria e imoralidade sexual, como o consumo de carne sacrificada a ídolos, o sangue e a prostituição.

A abstinência, em suas diversas formas, representava disciplina, autocontrole e busca por aproximação de Deus. Era um meio de expressar arrependimento, dedicação e submissão à vontade divina. E

asno

O asno desempenhava papel crucial na vida cotidiana do antigo Oriente Próximo. Domesticado há tempos, era utilizado para transporte, carga e trabalho agrícola. A Bíblia menciona diferentes tipos de asnos, cada um com suas características e funções específicas.

A fêmea, ‘athon em hebraico, era valorizada por sua resistência e utilizada para procriação e transporte de pessoas e bens. O macho, chamado hamor, caracterizava-se pela cor avermelhada e empregado em tarefas mais pesadas, como lavoura e transporte de cargas. A Bíblia proibia o uso conjunto de bois e asnos para arar, provavelmente para evitar ferimentos aos animais devido à diferença de força e ritmo.

O jumento, ‘air em hebraico, era o animal jovem, ainda não amadurecido para o trabalho. Símbolo de humildade e mansidão, foi o animal escolhido por Jesus para sua entrada triunfal em Jerusalém, cumprindo a profecia de Zacarias 9:9.

Além dos asnos domésticos, a Bíblia menciona espécies selvagens, como o ‘arod, conhecido por sua velocidade, e o pere, que habitava regiões desérticas e era admirado por sua agilidade e liberdade. A imagem do asno selvagem simbolizava independência e resistência à domesticação, como na comparação de Ismael a um “asno selvagem entre os homens” em Gênesis 16:12.

Embora considerado animal impuro pela lei mosaica por não ruminar, o asno desempenhava papel fundamental na economia e cultura do povo de Israel. Representava riqueza, meio de transporte essencial e símbolo de humildade, persistência e adaptação ao ambiente. Sua presença constante nas Escrituras reflete a importância desse animal na vida cotidiana e na construção da identidade cultural do povo bíblico.

Algumas das principais passagens que mencionam o asno:

  1. Transporte e bens:

Gênesis 12:16; 30:43; 45:23: O asno como símbolo de riqueza e meio de transporte para Abraão, Jacó e José.
Números 22:21-34: A jumenta de Balaão, que fala com o profeta, advertindo-o sobre o perigo.
1 Samuel 9:3: Saul em busca dos asnos perdidos de seu pai, encontrando Samuel e sendo ungido rei.
2 Samuel 16:1-4: Davi foge de Jerusalém montado em um asno durante a rebelião de Absalão.
2 Reis 4:22-24: A sunamita vai ao encontro de Eliseu montada em um asno.

  1. Trabalho e agricultura:

Gênesis 49:14: Issacar comparado a um “jumento forte”, representando trabalho e persistência.
Deuteronômio 22:10: Proibição de juntar boi e asno para arar, demonstrando preocupação com o bem-estar animal.
Juízes 10:4; 12:14: Os filhos de Jair e Abdom cavalgando jumentos, símbolo de status e poder.

  1. Simbolismo e profecia:

Jó 6:5; 11:12; 39:5-8: O asno selvagem como símbolo de liberdade e instinto indomável.
Isaías 1:3: O boi e o asno conhecem seus donos, mas Israel se esquece de Deus.
Isaías 30:6, 24: Profecias sobre o uso de asnos para transporte em tempos de paz e prosperidade.
Zacarias 9:9: Profecia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém montado em um jumento, cumprida em Mateus 21:1-11.

  1. Humildade e mansidão:

Mateus 21:1-11; Marcos 11:1-11; Lucas 19:28-40; João 12:12-15: Jesus entra em Jerusalém montado em um jumento, cumprindo a profecia e demonstrando humildade.