Besta

Em hebraico חַי, simplesmente animal ou ser vivente, ou em grego θηρίον thērion, besta, animal selvagem, denota animais grandes e muitas vezes perigosos. 

A palavra pode um sentido genérico de animal (Gn 1:24; Lv 11:2,27,47), ainda especificamente, animais selvagens e perigosos (Ap 6:8). 

Aparece como um termo pejorativo para pessoas (Tito 1:12). 

A palavra besta também denota seres míticos ou símbolos alegóricos. Em Daniel 7 quatro bestas diferentes simbolizam quatro reinos. Em Apocalipse, a besta do mar convencionalmente é entendida como simbolizando o Império Romano (Ap 13:1) enquanto a besta vinda da terra representa os poderosos da província da Ásia (Ap 13:11), por fim, uma besta do abismo retrata o antogonista de Cristo (Ap 11:7, Ap 17:8).

Dragão

Dragão era um monstro mítico presente na iconografia doAntigo Oriente Próximo, além das variantes virtualmente globais.

O dragão aparece como o inimigo primordial de Deus, vencido na criação (Sl 74:13-14; 89:10;Is 51:9;Jó 26:12-13), mas reaparecendo no final dos tempos para sua derrota completa (Is 27:1). 

No livro do Apocalipse, o dragão (identificado com o diabo) e seus agentes fazem campanha contra as forças de Deus até serem finalmente derrotados (Ap 12-13; 16:13-14; 20:2-3; 7-10:2).

Cordeiro

Cordeiro, כֶּ֫בֶשׂ em hebraico para um ovino macho, o filhote da ovelha, embora outras palavras também apareçam na Bíblia Hebraica. Exceto em Apocalipse onde predomina ἀρνίον, cordeirinho, a principal palavra grega bíblica é ἀμνός.

Os cordeiros são proeminentes na literatura, arte e práticas de sacrifício do antigo Oriente Próximo. Simbolizavam inocência e vulnerabilidade, bem como o reino ideal.

No Antigo Testamento, os cordeiros aparecem em contextos de sacrifício, especialmente durante a Páscoa. Era a oferta todas as manhãs e todas as tardes no sistema sacrificial mosaico (Êxodo 29:38-42), além de dias especiais como o primeiro dia do novo mês (Nm 28:11), cada dia da Festa da Páscoa (Nm 28:16-19), na Festa de Pentecostes (Nm 28 :26), a Festa das Trombetas (Nm 29:1, 2), o Grande Dia da Expiação (Nm 29:7, 8) e a Festa dos Tabernáculos (Nm 29:12-16). Sacrifícios com ofertas pessoais também usavam o cordeiro, como na purificação de uma mulher após o parto (Lv 12:6) e de um leproso após a cura (Lv 14:10-18).

Os profetas retratam a compaixão de Deus sob a figura do pastor e do cordeiro (Is 40:11), tal como no Salmo 23. O cordeiro simbollizou o sofrimento do povo de Deus e o servo sofredor (Is 53:7; Atos 8:32).

O evangelho de João registra João Batista chamando Jesus de “o Cordeiro de Deus” em João 1:29. Enquanto que o animal usado nos rituais do Dia da Expiação para purificar o Santuário e o povo não era um cordeiro, mas uma cabra, João alude ao Cordeiro Pascal. Um cordeiro era morto e comido na refeição da Páscoa, reminisciente da renovação da aliança do povo com Deus à saída de exílio subsequente aos pecados de Israel.

Similar imagens do Cordeiro sacrificado aparecem em 1 Pedro 1:19 e Apocalipse 5:6-13; 13:8. Essa imagem de vitória pelo sacrifício (1 Coríntios 5:7; livro de Hebreus) é análogo ao cordeiro pascal morto, cujo sangue marcou as ombreiras de Israel para espantar (efeito apotropaico) o destruidor que matou os primogênitos do Egito. Em uma paradoxal vitória humilde, no Novo Testamento o sacrifício de Cristo aparece não como derrota, mas como vencedor sobre o poder do pecado, o mal e da morte.

A figura do cordeiro também foi aplicada aos discípulos de Jesus. Setenta discípulos foram enviados como “cordeiros no meio de lobos” (Lucas 10:3). Da mesma forma, o Cristo ressurreto encarregou o apóstolo Pedro de alimentar Seus cordeiros (João 21).