Absinto

Absinto, termo derivado do grego apsinthion, refere-se a diversas plantas lenhosas e herbáceas, de sabor amargo e aroma intenso, pertencentes principalmente ao gênero Artemisia. Na Palestina, a variedade mais comum é a Artemisia herba-alba, arbusto de pequeno porte que prospera em solos áridos e rochosos.

O Absinto é frequentemente mencionado na Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, geralmente como símbolo de amargura, sofrimento e juízo divino. Em Provérbios 5:4, a infidelidade é comparada ao amargor do absinto. Jeremias lamenta em 9:15 que Deus tenha alimentado seu povo com absinto, representando a punição pela desobediência. O livro de Lamentações (3:15,19) evoca o absinto para descrever a profunda tristeza e o exílio dos judeus. No Apocalipse (8:11), a estrela que cai sobre as águas e as torna amargas é chamada “Absinto”, prenunciando calamidades e aflições.

Apesar de sua conotação negativa, o absinto também era utilizado medicinalmente na antiguidade. Infusões e extratos eram empregados no tratamento de problemas digestivos, febres e vermes intestinais. Seu uso medicinal, porém, é raramente mencionado na Bíblia.

É crucial distinguir o absinto bíblico da bebida alcoólica homônima, popular na Europa no século XIX. Esta bebida, embora contivesse extrato de Artemisia absinthium, era formulada com diversas outras ervas e seu consumo excessivo causava efeitos alucinógenos e danos neurológicos. A bebida absinto não possui qualquer relação com o absinto bíblico.

Abibe

Abibe, o primeiro mês do antigo calendário lunar hebreu, marcava o início da primavera em Israel, coincidindo geralmente com partes de março e abril.

Abibe significa “espigas verdes”, refletindo o ciclo agrícola da região, pois era nesse período que se iniciava a colheita da cevada, seguida pela do trigo. As chuvas primaveris também se intensificavam em Abibe, causando a cheia do rio Jordão.

Após o exílio babilônico, o nome Abibe foi substituído por Nisã, mas sua importância histórica permanece, principalmente por marcar a época da Páscoa, celebrada no dia 14 de Abibe, em memória da libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Aparece em . Êxodo 13:4; 23:15; 34:18; Deuteronômio 16:1. A mudança de nome não alterou o significado fundamental deste mês para o calendário e a cultura judaica, que o associa à renovação, à libertação e aos ciclos da natureza.

Abiezritas

Os abiezritas, mencionados em Juízes 6:11, 24 e 8:32, eram um clã israelita descendente de Abiezer. Este Abiezer, filho de Hamolequete e sobrinho de Gileade, pertencia à tribo de Manassés. Embora a Bíblia não detalhe a história do próprio Abiezer, seus descendentes desempenharam papel crucial na narrativa bíblica, principalmente através da figura de Gideão.

Gideão, um abiezrita, foi escolhido por Deus para libertar Israel da opressão midianita.

Adar

Adar, possui três significados distintos:

A tradução de אַדָּר, nome de uma pessoa e uma cidade:

  1. Adar, a cidade: Localizada na fronteira sul de Judá, a oeste de Cades-Barnéia (Josué 15:3). Em Números 34:4, aparece como Hazar-Adar, sugerindo que “Hazar” (pátio, aldeia) pode ser parte do nome ou uma descrição da localidade.
  2. Adar, o benjamita: Filho de Belá e neto de Benjamim (1 Crônicas 8:3). Também é chamado de Arde em Gênesis 46:21, o que pode indicar uma variação do nome ou um erro de grafia.

Adar (אֲדָר), o décimo segundo mês do calendário israelita, corresponde aproximadamente a fevereiro/março no calendário gregoriano, quando se comemora o Purim.

No livro de Ester, foi no mês de Adar, que a trama de Hamã para destruir os judeus seria executada no décimo terceiro dia desse mês (Et 3:7, 13). Graças à intervenção de Ester e Mordecai, o plano foi frustrado, e os judeus obtiveram vitória sobre seus inimigos. Para celebrar essa libertação, foi instituída a festa de Purim, observada nos dias 14 e 15 de Adar (Et 9:18-32).

Purim é uma festa alegre, marcada por banquetes, troca de presentes e leitura do livro de Ester.

Adami-Neguebe

Adami-Neguebe, que significa “Adami do Neguebe”, era uma cidade localizada na região sul de Judá, no deserto do Neguebe. É mencionada em Josué 19:33 como parte da fronteira do território da tribo de Naftali.

A localização exata de Adami-Neguebe é incerta, mas provavelmente se situava na parte sul do Neguebe, uma região árida e esparsamente povoada.