Deavitas são mencionados no livro de Esdras 4:9 como se referindo a um grupo de povos que escreveram uma carta contra os judeus que estavam reconstruindo Jerusalém, durante o reinado do rei persa Artaxerxes I.
Categoria: D
Dedanitas
Os dedanitas eram os descendentes de Dedã, que é mencionado em duas genealogias distintas no Antigo Testamento, levando a diferentes interpretações sobre sua origem e relações tribais.
Em Gênesis 10:7, Dedã é listado como um dos filhos de Raama, que era filho de Cuxe, da linhagem de Cam. Nesse contexto, os dedanitas seriam um povo de origem africana ou árabe meridional.
Por outro lado, em Gênesis 25:3 e 1 Crônicas 1:32, Dedã é mencionado como um dos filhos de Joctã, que era um descendente de Sem. Nesse contexto, os dedanitas seriam um povo de origem árabe. Eles são mencionados em profecias bíblicas relacionadas a nações árabes e ao comércio. Por exemplo, em Isaías 21:13 e Ezequiel 27:20 e 38:13, Dedã é associado a rotas comerciais e a outras tribos árabes, indicando sua participação na economia da região. A localização exata de seu território é debatida, mas geralmente é situada em alguma parte da Arábia, possivelmente a noroeste.
Asserá
Asserá era uma importante deusa semítica ocidental, cultuada em diversas culturas do Antigo Oriente Médio, incluindo os cananeus e, em certos períodos, os israelitas. Ela era frequentemente associada à fertilidade, à maternidade e, em algumas tradições, era considerada a consorte do deus El, a principal divindade do panteão cananeu, e mãe de outros deuses.
No contexto bíblico hebraico, o culto a Asserá é repetidamente condenado. Os relatos bíblicos mencionam a presença de postes ou imagens de Asserá, frequentemente localizados em lugares altos ou em santuários, e associados a práticas religiosas consideradas idólatras pelos autores bíblicos (Deuteronômio 16:21; 1 Reis 14:23; 2 Reis 17:10). A influência do culto a Asserá é evidente em diversos períodos da história de Israel e Judá, com relatos de reis que promoveram ou toleraram seu culto (1 Reis 15:13; 2 Reis 21:7) e outros que buscaram erradicá-lo (2 Reis 18:4; 23:4-6).
A arqueologia tem fornecido evidências da presença do culto a Asserá na região, incluindo inscrições que a associam a Yahweh em um período da religião israelita (por exemplo, as inscrições de Kuntillet Ajrud). Essas descobertas indicam uma complexidade na história religiosa de Israel, onde o monoteísmo javista coexistiu, em certos momentos, com a veneração de outras divindades, como Asserá.
A luta contra o culto a Asserá, conforme narrada na Bíblia, reflete um esforço para estabelecer a exclusividade do culto a Yahweh.
O debate sobre “Yahweh e sua Asserá” centra-se na religião de Israel e Judá no período monárquico, particularmente entre os séculos IX e VII a.C. O debate surgiu com a descoberta de inscrições em hebraico antigo em Kuntillet ‘Ajrud, no Sinai, e em Khirbet el-Qom, na Judeia, que contêm bênçãos formuladas como “Eu te abençoo por Yahweh [de Samaria/de Temã] e por sua Asserá”. A questão reside na interpretação do termo “Asserá” nesta fórmula, especialmente devido ao uso do sufixo possessivo (“sua”). Historicamente, Asserá é uma deusa mãe cananeia, consorte do deus supremo El em textos ugaríticos. Na Bíblia Hebraica, o termo asserá também pode se referir-se a um objeto de culto, um poste ou árvore sagrada, associado a locais de culto e condenado pelos profetas e pelo código deuteronômico como símbolo de idolatria. Uma corrente de interpretação acadêmica defende que a Asserá das inscrições é, de fato, a deusa, indicando que ela era venerada como consorte de Yahweh por alguns segmentos da população israelita e judaíta, refletindo práticas religiosas politeístas que só mais tarde foram suprimidas pelas reformas monoteístas. A construção possessiva poderia indicar “a Asserá associada ao culto de Yahweh” ou ser uma variação vernacular. Outra perspectiva argumenta que o termo asserá nas inscrições se referiria ao símbolo cultual, o poste sagrado, o que faria mais sentido gramatical com o possessivo (“o poste sagrado de Yahweh”) e estaria alinhado com as críticas bíblicas focadas nos objetos. Uma terceira alternativa propõe interpretações intermediárias, como Asserá representando uma hipóstase da presença ou bênção de Yahweh, simbolizada pelo objeto.
Deus e o tempo
O conceito do “tempo de Deus” tem sido objeto de reflexão teológica, com diversos pensadores argumentando que ele difere qualitativamente do tempo humano e das limitações do tempo linear.
Brian Leftow defende a “Eternidade Quase-Temporal” (EQT), postulando que Deus experimenta momentos distintos em Sua vida, não sequencialmente, mas simultaneamente, permitindo-Lhe uma duração análoga à de um ser temporal, sem a passagem do tempo. Alan Padgett e Gary DeWeese propõem que Deus é “relativamente atemporal” ou “onitemporal”, distinguindo entre o tempo físico, medido por regularidades no universo, e o tempo metafísico, experimentado por Deus através da progressão de Sua consciência e ações, fora das leis naturais.
Paul Helm sustenta a atemporalidade divina, argumentando que a eternidade de Deus é um estado de ser fora do tempo, compatível com Sua natureza imutável. Eleonore Stump e Norman Kretzmann desenvolveram o conceito de “duração atemporal”, onde a vida de Deus não está sujeita à sucessão temporal, mas experimenta todos os momentos simultaneamente. William Lane Craig explora a possibilidade de Deus ser atemporal antes da criação e temporal após, permitindo interação com o universo temporal sem comprometer Sua natureza atemporal.
Johannes Schmidt, baseando-se em textos como Gênesis 1.1 e Provérbios 8.22-23, defende uma doutrina bíblica da atemporalidade divina, onde a criação do tempo não implica submissão a ele. Essas perspectivas teológicas enfatizam a distinção fundamental entre a experiência divina e humana do tempo, sugerindo que a alma, ao entrar na esfera divina, transcenderia as restrições do tempo linear.
BIBLIOGRAFIA
Dolezal, James E. “Divine Eternity’.” St Andrews Encyclopaedia of Theology (2024).
Gregory E. Ganssle “God and Time” The Internet Encyclopedia of Philosophy, http://www.iep.utm.edu/god-time/
Pentateuco de Damasco
O Pentateuco de Damasco, conhecido também como Codex Sassoon 507, datado do século X, quase completo dos cinco livros da Torá na versão massorética. Produzido por um escriba anônimo, é distinto do Documento de Damasco, um texto relacionado à comunidade de Qumran.
