Ben Pink Dandelion

Ben Pink Dandelion (1960-presente) é um historiador e teólogo quaker britânico que enfatiza a importância de uma compreensão histórica e contextual do quakerismo, bem como o papel das práticas quacres na vida contemporânea.

Dandelion fez contribuições significativas para o estudo do Quakerismo, incluindo a história, teologia e práticas da tradição Quaker. Publicou vários livros e artigos sobre tópicos Quaker e atuou como diretor do Centro de Pesquisa em Estudos Quaker no Woodbrooke Quaker Study Centre no Reino Unido.

A partir do conceito de “convicção”, Dandelion desenvolveu o conceito de “convencimento” no Quaker, que se refere ao processo pelo qual uma pessoa se torna um Quaker por meio de sua própria experiência espiritual interior. Ele explorou a história e a teologia do convencimento em seus escritos e argumentou que é um aspecto fundamental da identidade Quaker.

Na integração da espiritualidade Quaker com questões contemporâneas Dandelion explorou as maneiras pelas quais a espiritualidade Quaker pode ser aplicada a questões contemporâneas, como sustentabilidade, construção da paz e justiça social. Escreveu sobre o papel da espiritualidade Quaker na abordagem de questões globais e enfatizou a importância dos valores Quaker como simplicidade, paz e integridade na promoção de mudanças sociais positivas.

Dandelion contribuiu para o estudo da diversidade religiosa, incluindo as maneiras pelas quais diferentes tradições religiosas podem aprender umas com as outras. Escreveu sobre a importância do diálogo e da compreensão inter-religiosa e explorou as maneiras pelas quais o quakerismo pode ser entendido em relação a outras tradições religiosas.

Tom F. Driver

Tom F. Driver (1922-1991) foi um teólogo americano e professor de Ética Cristã no Union Theological Seminary na cidade de Nova York. Ele escreveu vários livros influentes, incluindo “The Magic of Ritual: Our Need for Liberating Rites That Transform Our Lives and Our Communities” (1991) e “Sexuality and the Christian Body: Their Way into the Triune God” (1978), no qual ele enfatizou a importância da incorporação e do ritual na prática espiritual.

J. Deotis Roberts

J. Deotis Roberts (1935-2015) foi um teólogo batista americano que enfatizou a importância da teologia contextual para as comunidades negras. Seu livro “The Prophethood of Black Believers: An African American Political Theology for Ministry” (1982) argumentou que os negros devem ser vistos como profetas que desafiam as estruturas sociais que perpetuam a opressão.

No cerne da teologia de Roberts estava sua crença na dignidade e no valor de todas as pessoas, independentemente de raça, etnia ou status social. Deus é um Deus de justiça e compaixão, profundamente preocupado com a situação dos oprimidos e marginalizados. Roberts argumentou que o propósito da teologia era ajudar as pessoas a entender e responder às realidades da injustiça no mundo e trabalhar para criar uma sociedade mais justa e equitativa.

Um dos temas-chave na teologia de Roberts era a libertação. O plano de salvação de Deus incluía libertar as pessoas de todas as formas de opressão, incluindo a opressão espiritual, econômica, política e social. A história do Êxodo na Bíblia hebraica exemplifica um símbolo poderoso da libertação de Deus, e que os cristãos poderiam recorrer a essa história para entender o significado de sua própria libertação em Cristo.

Roberts também enfatizou a importância da comunidade em sua teologia. Ele acreditava que os seres humanos foram criados para a comunidade e que era por meio de nossos relacionamentos com os outros que poderíamos experimentar a plenitude do amor de Deus. A Igreja é um local crucial de comunidade. Por isso, os cristãos tinham a responsabilidade de trabalhar juntos para criar um mundo mais justo e amoroso.

Roberts enfatizou o poder transformador do amor de Deus. Ele acreditava que o amor de Deus tinha o poder de curar e transformar indivíduos e comunidades, e que essa transformação era essencial para criar um mundo mais justo e igualitário. O trabalho da teologia como um convite para participar desse processo transformador e incentivou os cristãos a serem agentes ativos de mudança em suas comunidades e no mundo.

Junto de James H. Cone, Deotis Roberts é um dos propoentes da Black Theology, a teologia da libertação afroamericana. No entanto, era voz distinta na interlocução do pensamento de Cone e de Martin Luther King, bem como na práxis em justiça social.

C.H. Dodd

C.H. ou Charles Harold Dodd (1884-1973) foi um biblista britânico especializado no Novo Testamento.

Nascido no País de Gales e estudou na Universidade de Oxford. Dodd serviu como professor de Estudos do Novo Testamento na Universidade de Manchester de 1930 a 1953. Dedicou-se ao estudo do Evangelho de João, das Parábolas de Jesus e da história da Igreja Primitiva.

Foi o proponente de uma “escatologia realizada” para compreender a mentalidade neotestamentária e da formação do Novo Testamento pela kerigma — a pregação da mensagem cristã.

David du Plessis

David Johannes du Plessis (1905 – 1987) foi um ministro pentecostal sul-africano da Missão da Fé Apostólica, influenciando a fundação do movimento carismático na década de 1960 e ativo no movimento ecumênico.

Du Plessis trabalhou com Donald Gee para promover a cooperação entre grupos pentecostais e esteve envolvido na organização da primeira Conferência Mundial Pentecostal. Nesta capacidade, ele visitou Louis Francescon.

Foi um observador pentecostal junto do Concílio Mundial de Igrejas e foi convidado para servir como observador pentecostal no Concílio Vaticano II.

Suzanne de Dietrich

Suzanne de Dietrich (1891-1981). Biblista e popularizadora da Bíblia franco-alemã (alsaciana) de confissão luterana e reformada.

Estudou engenharia em Lausanne e envolveu-se com a juventude cristã. Iniciou estudos bíblicos entre estudantes e foi uma difusoras do pensamento de Karl Barth. Em 1929, tornou-se vice-presidente da Federação Universal de Estudantes Cristãos, braço juvenil do movimento ecumênico. Também fomentou o primeiro encontro de teólogos católicos, protestantes e ortodoxos em 1932.

Começou um trabalho de acolhida dos refugiados às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Em 1941 ela foi um dos 16 pastores e leigos – entre os quais 3 mulheres – que redigiram a declaração Thèses de Pomeyrol, contra o nazismo.

Sua obra Le Dessein de Dieu serviu de guia para leitura bíblica e foi traduzida para diversos idiomas

Doutrina

Doutrina, do grego didaskalia é o ato de ensinar ou a coisa ensinada. Portanto, doutrina é o ensino que compreende tanto aquilo que é entendido objetivamente mediante uma proposição comunicável quanto entendido
subjetivamente como uma atividade vivida.

A doutrina que for considerada como fundamental para uma comunidade de fé (denominação ou corrente teológica) recebe a designação de dogma, originalmente “decreto público”. Algumas acepções de dogma tem uma conotação negativa de doutrina imposta e que deve ser aceita mesmo sem demonstração racional ou prova. No entanto, dogma possui vários significados, entre eles o entendimento comum de uma comunidade de pensamento, quer seja um entendimento zetético (ou seja, aberto à revisão) ou axiomático (basilar sem necessidades de provas e útil para derivação de outras doutrinas). A doutrina tida como incoerente com a mensagem do evangelho recebeu a designação de heresia na teologia cristã.

Doutrina, mesmo em sua forma vivida, é distinta de práxis. A práxis (ou práticas) é a concretização que possui alguma doutrina subjacente que justifica seus atos. Por exemplo, o ato de imergir uma pessoa adulta numa igreja cristã é a práxis do batismo. O ensino da identificação da morte e ressurreição com Cristo simbolizado no testemunho de fé publicamente nesse ato é a doutrina do batismo.

Há usos e costumes cujas justificativas não são doutrinárias, mas originárias de tradição ou convenção deliberada denominacionalmente.

Duas ressurreições

As doutrinas de uma e duas ressurreições referem-se a diferentes pontos de vista sobre o momento e a natureza da ressurreição dos mortos, conforme descrito na Bíblia.

Doutrina da Única Ressurreição: afirma que haverá um único evento de ressurreição no qual todos os mortos, justos e injustos, serão ressuscitados simultaneamente.

Adeptos dessa perspectiva citam frequentemente João 5:28-29: “Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão, os que tiverem feito o bem para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal para a ressurreição do juízo”.

Esta posição é historicamente majoritária. Entre os aderentes estão os sistemas teológicos protestantes tradicionais e o catolicismo romano.

Doutrina das Duas Ressurreições: propõe que haverá duas ressurreições distintas. Há aqueles que creem que uma ressurreição será para os justos (crentes) e outra para os injustos (não crentes). Outra perspectiva é que a primeira ressurreição seja espiritual e a segunda corpórea.

Adeptos da perspectiva citam frequentemente Apocalipse 20:4-6: Esta passagem fala de uma “primeira ressurreição” para aqueles que têm parte na “primeira ressurreição” e uma subsequente ressurreição do restante dos mortos após o reinado milenar de Cristo. Outro trecho citado também é 1 Coríntios 15:20-23.

A doutrina das duas ressurreições está principalmente associada a certos ramos do pré-milenismo e do dispensacionalismo.

Na história do pensamento cristão, Orígenes ensinava alguma forma de duas ressurreições. A primeira seria um despertar da alma e (potencialmente) uma existência não corpórea. A segunda envolvia um corpo novo.

O pré-milenismo histórico geralmente localiza a primeira ressurreição na Segunda Vinda de Cristo, com a volta à vida dos justos em Cristo, para reinar com Ele por mil anos. No final desse período, os injustos ressuscitariam para enfrentar o juízo do Grande Trono Branco. Elementos dessa perspectiva aparecem em Orígenes, Justino e Tertuliano, mas somente com Vitorino de Pettau em seu Comentário sobre o Apocalipse (início do século IV) uma discussão substancial sobre as duas ressurreições aparece. Já há várias nuances entre adeptos do pré-milenarismo dispensacionalista.

Essa doutrina ganhou um renovo nas discussões escatólogicas entre evangélicos de língua inglesa do século XIX, especialmente entre milleristas e dispensacionalistas.

BIBLIOGRAFIA

Bruce, F.F. “The Earliest Latin Commentary on the Apocalypse,” The Evangelical Quarterly 10

Edwards, Mark J. “Origen’s two resurrections.” The journal of theological studies 46.2 (1995): 502-518.

Jeffries, Cyrus. The Doctrines of the Two Resurrections, According to the Scriptures of the Old and New Testaments: The First Resurrection was the Second Coming of Christ, at the Destruction of Jerusalem ; when He Set Up the Gospel Kingdom on Earth, and Resurrected Mankind from the Graves of Trespass and Sins. The Second Or Final Resurrection, is that of the Spiritual Body at Death. United States, S.A. Wylie Book and Job Print, Inquirer Office, 1867.