James Dunn

James Dunn (1939-2020) foi um estudioso e teólogo britânico do Novo Testamento. Ficou conhecido por seu trabalho sobre a Nova Perspectiva sobre Paulo, juntamente com N. T. Wright e E. P. Sanders, e por sua pneumatologia que renovou as reflexões sobre o Espírito Santo.

Maior parte de sua carreira de Dunn foi na Universidade de Durham. Foi membro da Igreja da Escócia e da Igreja Metodista da Grã-Bretanha.

O trabalho de James Dunn sobre o Espírito Santo, particularmente em seu livro “Baptism in the Holy Spirit”, desafia a teologia pentecostal tradicional de várias maneiras. Dunn argumenta que a ênfase pentecostal em falar em línguas como a principal evidência do batismo no Espírito Santo é uma compreensão estreita e incompleta da obra do Espírito.

Em vez disso, Dunn enfatiza a compreensão bíblica mais ampla da obra do Espírito, incluindo capacitar os crentes para testemunho e serviço, dando dons e habilidades para o ministério e produzindo frutos espirituais como amor, alegria e paz. Ele também destaca a importância da obra do Espírito na vida de Jesus e da igreja primitiva, mostrando que o batismo no Espírito não foi um evento único, mas uma experiência contínua da presença fortalecedora do Espírito.

A obra de Dunn desafia a teologia pentecostal ao ampliar a compreensão da obra do Espírito além da simples experiência de falar em línguas. Ele também enfatiza a importância da obra do Espírito na tradição mais ampla da igreja, incluindo a Reforma Protestante e o movimento Wesleyano de Santidade, mostrando que a experiência pentecostal do Espírito não é única ou isolada, mas parte de um movimento mais amplo de renovação na igreja.

Herman Dooyeweerd

Herman Dooyeweerd (1894-1977) foi um filósofo e teólogo holandês que desenvolveu uma visão de mundo abrangente que integrava filosofia, teologia e ciências sociais. Ele enfatizou a importância de uma filosofia cristã que reconhecesse a soberania de Deus e a diversidade da criação. Sua principal obra, A New Critique of Theoretical Thought” (1953-1958) desafiou o domínio da filosofia secular e forneceu uma base para uma filosofia cristã da cultura.

Dupla justificação

Doutrina da duplex iustitia, ou dupla justificação, foi uma teoria acerca da justificação defendida por Martin Bucer, Albert Pighius e pelo Cardeal Contarini.

Contarini distinguia entre justiça inerente — a qual seria adquirida por meio de boas obras e graça santificante — e justiça imputada — a qual seria adquirida pela fé por meio da justiça imputada de Cristo.

A teologia de Bucer centrou-se na ideia de dupla justificação ou duplex iustitia. Bucer acreditava que a posição correta de uma pessoa diante de Deus tinha dois aspectos: formal e material. O aspecto formal era baseado nos méritos de Cristo e declarado pela justiça de Deus, enquanto o aspecto material era a renovação interior de uma pessoa através da regeneração e santificação.

A doutrina da dupla justificação de Bucer enfatizou a importância tanto do perdão dos pecados quanto da renovação interior, e enfatizou a exibição da retidão na vida dos crentes. Ele interpretou Romanos 8:4a como “pode ser realizado por nós”, o que estava de acordo com as visões de justificação de Agostinho e Aquino. Bucer acreditava que a justificação somente pela fé declarava os cristãos como justos e os capacitava a se tornarem justos. Sua doutrina da justificação era o guarda-chuva sob o qual sua soteriologia funcionava, enfatizando a importância tanto da fé quanto das obras na vida cristã.

A justificação inicial era somente pela fé, mas as boas obras seriam necessárias como causa parcial da aceitação final por Deus. Entretanto, no momento da morte, porém, o bom fruto produzido em nós pelo Espírito Santo não seria suficiente. Portanto, até o mais santos dos crentes deve confiar nos méritos de Cristo.

Essa doutrina ganhou uma aceitação provisória nas negociações de reconciliação entre católicos e reformadores, mas acabaria rejeitada pela escolástica protestante e pelo concílio de Trento.

BIBLIOGRAFIA

Venema, Cornelis P. Accepted and Renewed in Christ: The “Twofold Grace of God” and the Interpretation of Calvin’s Theology. Göttingen: Vandenhoeck & Ruprecht, 2007, 163-70.

Ben Pink Dandelion

Ben Pink Dandelion (1960-presente) é um historiador e teólogo quaker britânico que enfatiza a importância de uma compreensão histórica e contextual do quakerismo, bem como o papel das práticas quacres na vida contemporânea.

Dandelion fez contribuições significativas para o estudo do Quakerismo, incluindo a história, teologia e práticas da tradição Quaker. Publicou vários livros e artigos sobre tópicos Quaker e atuou como diretor do Centro de Pesquisa em Estudos Quaker no Woodbrooke Quaker Study Centre no Reino Unido.

A partir do conceito de “convicção”, Dandelion desenvolveu o conceito de “convencimento” no Quaker, que se refere ao processo pelo qual uma pessoa se torna um Quaker por meio de sua própria experiência espiritual interior. Ele explorou a história e a teologia do convencimento em seus escritos e argumentou que é um aspecto fundamental da identidade Quaker.

Na integração da espiritualidade Quaker com questões contemporâneas Dandelion explorou as maneiras pelas quais a espiritualidade Quaker pode ser aplicada a questões contemporâneas, como sustentabilidade, construção da paz e justiça social. Escreveu sobre o papel da espiritualidade Quaker na abordagem de questões globais e enfatizou a importância dos valores Quaker como simplicidade, paz e integridade na promoção de mudanças sociais positivas.

Dandelion contribuiu para o estudo da diversidade religiosa, incluindo as maneiras pelas quais diferentes tradições religiosas podem aprender umas com as outras. Escreveu sobre a importância do diálogo e da compreensão inter-religiosa e explorou as maneiras pelas quais o quakerismo pode ser entendido em relação a outras tradições religiosas.

Tom F. Driver

Tom F. Driver (1922-1991) foi um teólogo americano e professor de Ética Cristã no Union Theological Seminary na cidade de Nova York. Ele escreveu vários livros influentes, incluindo “The Magic of Ritual: Our Need for Liberating Rites That Transform Our Lives and Our Communities” (1991) e “Sexuality and the Christian Body: Their Way into the Triune God” (1978), no qual ele enfatizou a importância da incorporação e do ritual na prática espiritual.

C.H. Dodd

C.H. ou Charles Harold Dodd (1884-1973) foi um biblista britânico especializado no Novo Testamento.

Nascido no País de Gales e estudou na Universidade de Oxford. Dodd serviu como professor de Estudos do Novo Testamento na Universidade de Manchester de 1930 a 1953. Dedicou-se ao estudo do Evangelho de João, das Parábolas de Jesus e da história da Igreja Primitiva.

Foi o proponente de uma “escatologia realizada” para compreender a mentalidade neotestamentária e da formação do Novo Testamento pela kerigma — a pregação da mensagem cristã.

David du Plessis

David Johannes du Plessis (1905 – 1987) foi um ministro pentecostal sul-africano da Missão da Fé Apostólica, influenciando a fundação do movimento carismático na década de 1960 e ativo no movimento ecumênico.

Du Plessis trabalhou com Donald Gee para promover a cooperação entre grupos pentecostais e esteve envolvido na organização da primeira Conferência Mundial Pentecostal. Nesta capacidade, ele visitou Louis Francescon.

Foi um observador pentecostal junto do Concílio Mundial de Igrejas e foi convidado para servir como observador pentecostal no Concílio Vaticano II.

Suzanne de Dietrich

Suzanne de Dietrich (1891-1981). Biblista e popularizadora da Bíblia franco-alemã (alsaciana) de confissão luterana e reformada.

Estudou engenharia em Lausanne e envolveu-se com a juventude cristã. Iniciou estudos bíblicos entre estudantes e foi uma difusoras do pensamento de Karl Barth. Em 1929, tornou-se vice-presidente da Federação Universal de Estudantes Cristãos, braço juvenil do movimento ecumênico. Também fomentou o primeiro encontro de teólogos católicos, protestantes e ortodoxos em 1932.

Começou um trabalho de acolhida dos refugiados às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Em 1941 ela foi um dos 16 pastores e leigos – entre os quais 3 mulheres – que redigiram a declaração Thèses de Pomeyrol, contra o nazismo.

Sua obra Le Dessein de Dieu serviu de guia para leitura bíblica e foi traduzida para diversos idiomas