Xibolete

Xibolete (שִׁבֹּלֶת), em hebraico, significa literalmente “espiga de cereal” ou “torrente”. O termo, no entanto, ganhou notoriedade bíblica devido ao episódio narrado em Juízes 12:1-6, como critério de identificação de um grupo como inimigo.

Após a vitória dos gileaditas, liderados por Jefté, sobre os efraimitas, estes últimos tentaram cruzar o rio Jordão de volta para seu território. Os gileaditas, controlando as passagens, utilizaram a palavra “xibolete” como um teste para identificar os efraimitas fugitivos. Devido a diferenças dialetais, os efraimitas pronunciavam a palavra como “sibolete” (סִבֹּלֶת), revelando sua origem e resultando em sua execução. Embora a Septuaginta use o termo grego στάχυς (stáchys), que significa “espiga”, a narrativa enfatiza a pronúncia distinta como o fator crucial.

O incidente de Xibolete tornou-se, portanto, um exemplo clássico de shibboleth (termo que transcendeu o contexto bíblico), ou seja, qualquer palavra, frase, costume ou característica que distingue membros de um grupo de não membros, especialmente no contexto de conflitos e identificação de inimigos. O episódio ressalta as tensões intertribais em Israel e as consequências fatais de diferenças linguísticas, mesmo que sutis.

Girolamo Zanchi

Girolamo Zanchi (1516-1590) foi um reformador italiano.

Zanchi nasceu em Alzano, perto de Bérgamo, em uma família rica. Educado nas humanidades, entrou para um convento agostiniano, no qual as ideias de graça circulavam. Mudou-se para Lucca (1541), onde encontrou os ensinamentos de Vermigli e dos reformadores. Com o início da perseguição contra os reformados italianos, deixou a Itália (1551), passando pelos Grisões e Genebra, onde aprofundou sua educação teológica.

Zanchi veio a lecionar o Antigo Testamento em Estrasburgo (1553-1563). Depois de um ministério em uma congregação em Chiavenna (1563-1568), ensinou dogmática em Heidelberg (1568-1576) e Novo Testamento em Neustadt (1576-1590).

Um dos mais eruditos reformadores, seus oito volumes de sua obra renderam-lhe a alcunha de o “Cícero da Alemanha”. Demonstrava uma tolerância a abertura para diálogo raras na época, evitando um engessamento dogmático.

Inscrição de Xanthos

Designação dada às inscrições encontradas em Xanthos, na Ásia menor, na moderna de Kınık no sul da Turquia, notoriamente a:

  1. A inscrição trilíngue de Letoon, ou trilíngue de Xanthos, é uma inscrição nos idiomas Lício padrão ou Lício A, grego e aramaico em uma estela de pedra de quatro lados chamada Estela Trilíngue Letoon.
  2. Obelisco de Xanthos, uma inscriação tumular em grego e lício.

As inscrições de Xanthos atestam a língua indoeuropeia anatólica lícia bem como a presença da cultura aramaica no oeste da Anatólia nos séculos V e IV a.C., durante o Império Persa.