Avi Hurvitz

Avi Hurvitz (1936-) é um estudioso israelense conhecido por suas contribuições nas áreas de estudos bíblicos e da língua hebraica.

Contribuiu na compreensão dos aspectos históricos e linguísticos da Bíblia Hebraica. Atualmente ocupa o cargo de professor de estudos bíblicos e língua hebraica na Universidade Hebraica de Jerusalém.

A pesquisa de Hurvitz centrou-se no texto massorético, demonstrando que não se trata de um texto fixo e imutável. Em vez disso, argumentou que a tradição massorética é fluida e em evolução. Seu trabalho foi fundamental para redefinir a forma como os estudiosos percebem o desenvolvimento da Bíblia Hebraica.

Hurvitz explorou os aspectos diacrônicos do hebraico bíblico, abordando o momento e a evolução da língua nos textos bíblicos.

A pesquisa de Hurvitz teve um impacto notável no debate sobre a datação dos textos bíblicos. Propôs que diferentes seções da Bíblia Hebraica fossem escritas em formas distintas de hebraico. De acordo com sua análise, as seções poéticas do Pentateuco estão em hebraico bíblico arcaico, as porções em prosa estão em hebraico bíblico clássico e os livros de Ester a Crônicas estão em hebraico bíblico tardio. Além disso, sugeriu que o Hebraico Bíblico Clássico foi usado no período do Primeiro Templo, enquanto o Hebraico Bíblico Tardio surgiu no Segundo Templo ou no período pós-exílico.

Embora a abordagem diacrónica de Avi Hurvitz tenha enfrentado alguma oposição, também ganhou reconhecimento e foi defendida por outros estudiosos. Sua metodologia de pesquisa, combinando análise linguística, dados bíblicos e contexto histórico, contribuiu para uma compreensão mais profunda do desenvolvimento da Bíblia Hebraica.

BIBLIOGRAFIA

Hendel, Ronald and Jan Joosten, How Old Is the Hebrew Bible? A Linguistic, Textual, and Historical Study, The Anchor Bible Reference Library. New Haven: Yale University Press, 2018.

Hurvitz, A. “How Biblical Hebrew Changed,” Biblical Archaeology Review 42/5
(September/October 2016), 37–40, 62. (http://www.biblicalarchaeology.org/barissues/september-october-2016/)

Hurvitz, A. “The ‘Linguistic Dating of Biblical Texts’: Comments on Methodological Guidelines
and Philological Procedures,” in Diachrony in Biblical Hebrew (ed. C. Miller-Naudé and Z.
Zevit; LSAWS 8; Winona Lake, IN: Eisenbrauns, 2012), 265–279.

Batalha de Carcar

A batalha de Carcar (ou Qarqar), datada no sexto ano de reinado de Salmaneser III (COS 2.113B), foi uma batalha que ocorreu em 853 a.C. entre os assírios e uma coalizão arameia.

Segundo os Monólitos de Kurkh (COS 2.113A), que descreve as vitórias assírias contra uma coalizão de 12 reis levantinos, essa batalha foi a derrota de vários pequenos reinos opositores aos assírios.

A Batalha de Carcar seria o primeiro evento cuja data está relacionada com alto de grau de certeza com a Bíblia. Embora a batalha não seja mencionada por nome na Bíblia e a identificação de Acabe nos Monólitos de Kurkh seja disputada, 1 Reis 22:29-35 relata a morte de Acabe em uma coalizão contra os assírios.

Os Monólitos de Kurkh são duas estelas descrevendo os reinados de Assurnasirpal II e seu filho Salmaneser III. Descobertos em 1861 pelo arqueólogo britânico John George Taylor, esta descrição contém o nome “A-ha-ab-bu Sir-ila-aa”, identificado como “Acabe, rei de Israel” por Julius Oppert em sua Histoire des Empires de Chaldée et d’Assyrie (1865). No entanto, esta identificação não é unânime porque o termo “Israel” não aparece nos registros assírios e babilônicos, que geralmente se referem ao Reino do Norte como a “Casa de Onri”, além de a paleografia permitir leituras alternativas desse trecho.