Demônio

O termo “demônio” deriva do grego δαίμων (daímōn), originalmente referindo-se a uma divindade ou espírito intermediário, nem sempre malévolo. A Septuaginta, tradução grega do Antigo Testamento, emprega δαίμων para traduzir palavras hebraicas como shedim (שֵׁדִים), entidades associadas a cultos estrangeiros e consideradas destrutivas, como em Deuteronômio 32:17 e Salmo 106:37.

No Novo Testamento, daímōn adquire uma conotação predominantemente negativa, referindo-se a espíritos malignos subservientes a Satanás, causadores de doenças físicas e espirituais, e antagonistas de Deus e dos seres humanos.

A possessão demoníaca, descrita nos Evangelhos, ilustra essa concepção, sendo Jesus frequentemente retratado exorcizando demônios.

A teologia cristã posterior desenvolveu a demonologia, elaborando hierarquias e classificações de demônios. A crença em demônios, embora presente em diversas culturas e religiões, assume na tradição bíblica uma dimensão específica, ligada à luta cósmica entre o bem e o mal, e à atuação de forças espirituais contrárias ao plano divino.

Filhos de Belial

A expressão filhos de Belial, בְּנֵֽי־בְלִיַּעַל, indica pessoas sem valor, incluindo idólatras (Deuteronômio 13:13), os homens de Gibeá (Juízes 19:22, 20:13) , os filhos de Eli (1 Samuel 2:12).

Belial não era uma pessoa ou personagem no Antigo Testamento, mas significa inútil’ ou sem valor. Portanto, filhos de belial seriam filhos da perversidade, filhos da iniquidade ou filhos da inutilidade.

No período do Segundo Templo surgiu o nome Beliar para indicar uma entidade demoníaca.

Azazel

Azazel, em hebraico עֲזָאזֵל, em Lv 16:8, 10, 26 Azazel é um lugar desolado aonde um bode expiatório carregando os pecados era enviado. Durante o final do período do Segundo Templo, o termo aparece associado como um anjo caído responsável por disseminar conhecimento proibido à humanidade.

BIBLIOGRAFIA

Neto, Willibaldo Ruppenthal. “As interpretações de Azazel em Levítico 16.” Revista Ensaios Teológicos 2.1 (2016).