Fragmentos de Agripa Castor

Os fragmentos de Agrippa Castor representam uma das primeiras refutações sistemáticas contra o gnosticismo no cristianismo primitivo. Agrippa Castor foi um escritor cristão do século II, ativo durante o reinado de Adriano, aproximadamente em 135 d.C. Sua obra mais notável, a Confutação da Exegética de Basílides, destinava-se a criticar as interpretações gnósticas associadas a este proeminente pensador herético. Embora a totalidade de seus escritos esteja perdida, fragmentos de sua obra sobreviveram por meio de citações preservadas por autores posteriores, como Eusébio de Cesareia e Jerônimo.

Agrippa Castor denunciou Basílides por doutrinas que considerava incompatíveis com o cristianismo ortodoxo, incluindo a permissividade em relação ao consumo de alimentos oferecidos a ídolos e a renúncia à fé em tempos de perseguição, que Basílides teria tratado como questões indiferentes. Ele também acusou Basílides de fabricar profetas e profecias sem fundamento, destacando a criação de narrativas mitológicas pelos gnósticos. Além disso, mencionou a prática de silêncio de cinco anos imposta por Basílides a seus seguidores, uma regra que Agrippa comparou aos ensinamentos pitagóricos.

Os fragmentos revelam que Agripa Castor também identificou em Basílides o uso de numerologia e o conceito de “Abraxas” como um deus supremo, nome que aparece gravado em gemas e papiros mágicos gregos. Sua obra não apenas criticava aspectos teológicos e éticos do gnosticismo, mas também oferecia um contraponto ao desenvolvimento das ideias cristãs ortodoxas no contexto de debates internos e externos.

A importância histórica de Agripa Castor reside na sua posição como um dos primeiros apologistas cristãos a confrontar diretamente o gnosticismo, contribuindo para os esforços iniciais de definir e defender a ortodoxia cristã. Os fragmentos de sua obra, ainda que escassos, proporcionam um vislumbre das disputas teológicas da época e ilustram o papel dos apologistas na formação da doutrina cristã. Através de sua crítica a Basílides, Agrippa Castor ajudou a estabelecer um modelo de refutação herética que influenciou teólogos e pais da Igreja posteriores.

Hegésipo

Hegésipo, o nazareno, (c. 110 – c.180 d.C.) foi um escritor da Igreja primitiva de origem judia.

Viajou amplamente, visitou Roma e escreveu a primeira história da Igreja, os Fragmentos dos Cinco Livros de Comentários sobre os Atos da Igreja (Hypomnemata, ou Memórias). Sua obra foi perdida, embora sobrevivessem até o século XVII. Contudo, restam oito citações delas nos escritos de Eusébio

Expressa simpatia com cristãos gentios, nota a teologia paulina entre os coríntios, as tradições das igrejas de Antioquia e de Jerusalém. Era familiarizado com um Evangelho dos Hebreus e com um Evangelho Siríaco (Diatessaron?), os escritos paulinos, além das tradições não escritas dos judeus. Certamente escreveu contra os gnósticos e de Marcião. Relata o martírio de Tiago, o justo, o “irmão do Senhor”.

Quadrato

Quadrato de Atenas (- 129 d.C.) foi bispo de Atenas e um autor patrístico.

Pouco sabe sobre ele e o que nos chegou ao presente são fragmentos. Segundo Eusébio Quadrato teria sido discípulo dos apóstolos, eleito bispo após o martírio de seu predecessor Públio.

Escreveu Apologia, que aparentemente foi lida ao imperador Adriano para convencê-lo a simpatizar com os cristãos.