Óstracas de Láquis

Essas óstras do início do século VI a.C. são breves relatórios da fortificação da cidade de Laquis antes de ser destruída pelo rei babilônico Nabucodonosor.

As Cartas de Láquis, descobertas em 1935, constituem um conjunto de ostraca escritos em hebraico clássico e datados do século VII a.C. Esses documentos fornecem informações sobre os eventos que cercaram a queda do Reino de Judá e a destruição do Templo em Jerusalém. Localizadas em Tell al-Duwayr, a antiga Láquis ou Lachish, as cartas abordam questões administrativas, militares, sociais e religiosas do período.

As cartas foram produzidas em um período de instabilidade em Judá, anterior à invasão babilônica que resultou na destruição de Jerusalém em 586 a.C. Láquis, como uma das últimas fortalezas judaicas, desempenhava uma função estratégica nas comunicações militares. A correspondência inclui mensagens do comandante Hoshaiah, responsável por um posto avançado ao norte de Láquis, enviadas a Ya’osh, governador militar da cidade. Os textos refletem a situação crítica enfrentada à medida que o avanço babilônico se intensificava.

Os ostraca contêm diferentes tipos de textos, como listas de nomes, documentos comerciais e correspondências oficiais. Entre os fragmentos preservados, há uma mensagem que demonstra a preocupação com a paz em um contexto de conflito:

“A meu senhor Ya’osh. Que Yahweh faça meu senhor ouvir as notícias de paz, mesmo agora, mesmo agora. Quem é seu servo senão um cão que meu senhor deve lembrar-se de seu servo?”

As cartas documentam interações entre líderes militares e incluem expressões idiomáticas, como o juramento “ḥyhwh” (“como Yahweh vive”). Referências a profetas sugerem que elementos religiosos estavam presentes nas comunicações administrativas.

As Cartas de Láquis são uma fonte primária para o estudo da história de Judá. Elas oferecem evidências da vida cotidiana no período e corroboram relatos bíblicos, como os encontrados no livro do profeta Jeremias. A menção à cidade de Láquis nas cartas é relevante, dado seu papel como uma das últimas cidades a resistir antes da queda de Jerusalém.

A descoberta dessas cartas contribui para a compreensão da organização política, militar, religiosa e social da época. Também mostram que os escribas de Judá registravam mensagens proféticas como parte de suas atividades administrativas.

Laquis

Laquis, em hebraico  לָכִישׁ, foi uma antiga cidade de Judá, situada no sul da Sefelá,

Hoje identificada com Tell ed-Duweir (Tel Lakhish), ocupou uma posição estratégica no caminho de Jerusalem ao Egito. No final do reino de Judá teve entre 6.000 e 7.500 habitantes.

A cidade é mencionada em vários livros do Antigo Testamento.

Em Js 10:3, 5, 23 e 31–35, Laquis e seu rei enfrentam os israelitas. Em Js 12:11, o rei de Laquis é mencionado como um dos trinta e um reis conquistados por Josué. A cidade é atribuída à tribo de Judá em Js 15:39.

Roboão fez fortificações em 2 Crônicas 11:9. Em 2 Reis 14:19 e 2 Crônicas 25:27, Amazias de Judá foge para Laquis depois de ter sido derrotado por Jeoás de Israel, mas é capturado e executado.

Miquéias 1:13 adverte os moradores de Laquis que a destruição de Samaria pelos assírios logo se espalhará para Judá. 2 Reis 18:14 menciona o Cerco de Laquis. Ezequias envia uma mensagem oferecendo tributo a Senaqueribe em troca da cidade. Os assírios deixam Laquis para Jerusalém (Cf. 2 Crônicas 32:9, 2 Reis 19:8; Is 36:2; 37:8.

Jeremias 34:7 lista Laquis como uma das três últimas cidades fortificadas em Judá a cair para o rei babilônico Nabucodonosor II. Neemias 11:30, aparece como novo reestabelecimento no período persa.

ARQUEOLOGIA

Em Laquis foram encontradas as ôstracas ou cartas de Laquis. Um comandante da guarnição local escreveu por volta do cerco de Jerusalém pelos babilônios em 589-586 a.C.

Os relevos de Laquis são um conjunto decorativos nos palácios assírios que narram a história da vitória assíria sobre o reino de Judá durante o cerco de Laquis em 701 aC. Esculpido entre 700 e 681 aC, no palácio de Senaqueribe em Nínive.

Também foram encontrados vários selos de argila estampados com LMLK (“ao rei” ou “do rei”). São selos estampados nas alças de grandes jarros de armazenamento emitidos pela primeira vez no reinado do rei Ezequias (por volta de 700 aC).