Munus Triplex

Munus Triplex ou os três ofícios de Cristo é um conceito teológico que ensina que Cristo cumpre três ofícios como Salvador: Profeta, Sacerdote e Rei.

Cristo é o Profeta que ensina e revela a verdade de Deus; o Sacerdote que se oferece em sacrifício pela remissão dos pecados; e o Rei que reina sobre toda a criação.

A doutrina tem raízes na Idade Média e tornou-se padrão na Reforma Protestante. Foi abraçado por várias tradições teológicas, incluindo reformada, luterana e anglicana. Foi um conceito estruturante na teologia de Karl Barth.

As referências bíblicas para a doutrina Munus Triplex podem ser encontradas em todo o Antigo e Novo Testamento, como:

  • Profeta: Deuteronômio 18:15; Mateus 13:57; João 6:14; Hebreus 1:1-2.
  • Sacerdote: Salmo 110:4; Hebreus 4:14-16; 9:11-14.
  • Rei: Salmo 2:6; Mateus 28:18; Colossenses 1:15-20.

Em Zacarias 6:12-13 há a expectativa de um rei justo que fundiria seu papel com o sacerdócio do templo.

Batismo

O batismo, do grego Koinē βάπτισμα, geralmente significando “imersão”, é uma prática ritual cristã. Jesus Cristo ressurreto comissionou seus apóstolos a administrar o batismo na Grande Comissão (Mt 28:19, 20).

No período asmoneu propagou-se entre os judeus a prática de repetidas abluções para purificação ritual. Tais lavagens resultaram em construção de tanques (mikvé) ou uso de água corrente. Foi nesse sentido que o batismo de João e os batismos da comunidade de Qumran eram praticados.

No Novo Testamento o batismo cristão está associado ao perdão dos pecados (At 2:38; 22:16); união com Cristo (Gl 3:26; Rm 6:3-5); a recepção do Espírito Santo (At 2:38); e integração como membro do corpo de Cristo (Igreja) (1 Co 12:13).

Teologicamente, é considerado na tradição das igrejas livres como ato de obediência e testemunho público da conversão interior operada por graça.

Em conformidade com a raiz léxica de βαπτίζω, “mergulhar” ou “imergir” e com as exegeses acerca do batismo de João e dos apóstolos foi por imersão (cf. João 3:23; Atos 8:36-38), bem como testemunhos patrísticos (Didaquê 7) o modo por imersão tende a ser preferido entre denominações que praticam o batismo dos crentes, ou seja, com idade consciente e voluntariamente.

Discussões sobre a validade de outros modos (aspersão), consentimento (batismo infantil, batismo forçado), significado (batismo como aliança, batismo como símbolo, batismo como causa ou efeito regenerativo) e fórmula batismal permeiam a teologia cristã.

BIBLIOGRAFIA

Hellholm, David, Christer Hellholm, Øyvind Norderval, and Tor Vegge. Ablution, Initiation, and Baptism. 1. Aufl. ed. Vol. 176. Beihefte Zur Zeitschrift Fur Die Neutestamentliche Wissenschaft. Berlin/Boston: Walter De Gruyter GmbHKG, 2011.