Gilberto, o Universal

Gilberto, o Universal, Gilbert Universalis ou Gilbertus Universalis (falecido em 1134) foi um bispo de Londres.

Educado em Laon, era notório por sua erudição. Escreveu comentários sobre Lamentações, Pentateuco e Profetas Maiores. Foi contemporâneo aos biblistas de Paris. Foi colocado como bispo em 1128.

Gilberto, o Universal, escreveu uma Glossa ordinaria. Trava-se de uma compilação do que comentaristas escreveram sobre os livros da Bíblia ao longo da história de sua recepção.

Pedro Valdo

Valdo de Lyon (c. 1140 – c 1206) foi um pregador popular e iniciador de um movimento medieval de retorno a uma vida evangélica que seria chamado de Valdenses.

Mesmo seu nome é incerto. Ora é conhecido como Valdo ou Valdesio, em latim como Valdesius ou Valdes, em francês vernáculo Valdès e em occitano Vaudès, bem como algumas variantes. Em textos do século XIV aparece o prenome Pedro, ao qual se atribui uma alusão paralela ao apóstolo Pedro, daí Pedro Valdo.

Era um rico comerciante em Lyon que em 1176 abriu mão de suas posses e começou a pregar o retorno à pobreza evangélica. Encomendou uma tradução vernácula do Evangelho. Atraiu seguidores, formando o movimento dos pobres de Lyon — movimento leigo similar a outros grupos de simplicidade evangélica da época, como os franciscanos.

O arcebispo da cidade Guichard proibiu-o de pregar, mas Valdo apelou ao papa Alexandre III, no terceiro Concílio de Latrão (1179). O resultado desse apelo é discutido na história, mas ganhou-se certa legitimidade.

No ano seguinte do Concílio de Latrão, o legado papal Henrique de Marcy presidiu um sínodo provincial na catedral de Saint-Jean-et-Saint-Étienne em Lyon. Nessa ocasião, como teste de lealdade e ortodoxia, o legado papal apresentou a Valdo e seus seguidores um documento tradicional usado na consagração dos bispos. Passou a ser chamado de a Profissão de Fé de Valdo. Afirmava crer na Trindade, na criação, na encarnação e ressurreição de Cristo, no juízo final.

Quando Alexandre III e Guichard morreram em 1183, o novo Papa Lúcio III e o novo arcebispo de Lyon, Giovanni Bellemani, reacenderam as perseguições. No ano seguinte, no Concílio de Verona, os “pobres de Lyon” foram condenados como hereges e expulsos da cidade como desordeiros.

A diáspora dos Pobres de Lyon levou o movimento para a Provença, Piemonte, Lombardia, Flandres, Alemanha, Espanha, Inglaterra. Seriam referidos pela primeira vez em 1179 como Valdenses (Vallenses) por Raimundo de Daventry, enviado do bispo Reginaldo de Bath em Narbonne. Não há mais notícias do final da vida de Valdo. Sua morte é estimada c. 1206-1207. Não há base histórica de que teria mudado para a Boêmia.

Pedro Abelardo

Pedro Abelardo (em francês Pierre Abélard; Latim: Petrus Abaelardus ou Abailardus) (c. 1079 – 1142) foi um filósofo escolástico francês medieval.

Nascido na Bretanha, tornou-se um professor em Paris. Suas atividades na cidade marcou a transição da teologia como uma atividade monástica para um ambiente universitário. Nesse ambiente, foi um professor popular.

Tratou os autores da antiguidade clássica com respeito em tempos que eram desconsiderados por serem “pagãos”.

Promoveu o conceitualismo como solução para o problema dos universais. Em sua ética, passou a considerar a intenção ao invés dos resultados ou dos atos em si.

Ficou conhecido por seu caso de amor trágico com sua brilhante aluna e eventual esposa, Heloísa (Héloïse d’Argenteuil). Defendia os direitos das mulheres, inclusive seu acesso à educação. Foi castrado por ordem do tio abusivo de Heloísa. Depois disso, o casal passou a viver separadamente em vida monástica.

Dentre suas doutrinas estão o conceito de limbo e a teoria da influência moral da expiação. Na ética, propôs o intencionalismo.

Sua obra mais famosa é Sic et Non, que apresenta opiniões conflitantes sobre questões teológicas e filosóficas.

SAIBA MAIS

Abelardo, Pedro. Ética de Pedro Abelardo. Traduzido, editado e anotado por Marcio Chaves-Tannús. Edufu, 2015.