Controvérsia Majorística

A Controvérsia Majorística surgiu pelos ensinamentos do professor George Major (1502-74) da Universidade de Wittenberg. A afirmação de Major de que “boas obras são necessárias para a salvação” e que a salvação sem boas obras é impossível gerou intensos debates nos círculos luteranos. Major sustentou que embora as boas obras não tenham mérito na justificação, elas seriam necessárias como mandamentos divinos e evidência de fé.

Os gnésio luteranos, liderados por Matthias Flacius e Nickolaus von Amsdorf, se opuseram aos pontos de vista de Major em 1551. Seguiram-se disputas, centradas nas interpretações da teologia de Martinho Lutero. A abordagem conciliatória de Filipe Melâncton enfrentou resistência dos gnésio luteranos.

Os debates abrangeram a aceitação pelos luteranos de certas práticas católicas (adiaforismo), a natureza da Presença Real na Ceia do Senhor (cripto-calvinismo) e o papel das boas obras na justificação (solafideísmo). A polêmica surgiu durante as conferências provisórias, buscando a reconciliação com os católicos.

Em 1553, surgiu um consenso de que Major não havia errado na doutrina, mas apenas na expressão. Os luteranos concordaram em não insistir na frase “somente pela fé” entre si, mas mantiveram-na quando se envolveram com os católicos durante as conferências provisórias para evitar mal-entendidos. A Controvérsia Majorística destacou assim as nuances doutrinárias dentro do Luteranismo e os esforços de reconciliação interna.

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