Jenny Everts

Jenny Everts é professora associada de religião no Hope College, onde leciona e realiza pesquisas com foco no Novo Testamento. Doutora em Religião pela Universidade Duke, título obtido em 1985, Everts concentra suas investigações na interpretação do Novo Testamento, no grego neotestamentário e nas abordagens carismáticas e pentecostais das escrituras. Desde que ingressou no Hope College em 1985, ela tem desenvolvido e ministrado cursos relacionados ao Novo Testamento e ao cristianismo americano. Entre suas iniciativas acadêmicas estão a criação de um curso sobre Pentecostalismo Global e um seminário avançado de estudos bíblicos, abordando temas como profecia e milagres no Novo Testamento.

Everts possui contribuições significativas à literatura acadêmica na área, sendo coeditora do livro Pentecostal Theology and the Theological Vision of N.T. Wright: A Conversation e autora de artigos publicados em periódicos como The Journal for Pentecostal Theology e Pneuma: The Journal of the Society of Pentecostal Studies. Seu trabalho tem recebido reconhecimento na comunidade acadêmica, incluindo um prêmio por um capítulo sobre liderança feminina no movimento pentecostal-carismático.

Além de sua atuação como docente e pesquisadora, Everts participa ativamente de organizações profissionais, como a Society for Pentecostal Studies e a Society of Biblical Literature. Nessas instituições, ela desempenhou funções diversas, contribuindo para debates sobre diversidade e colaboração acadêmica.

A formação acadêmica de Everts é interdisciplinar, incluindo um bacharelado pela Wellesley College, um mestrado em inglês pela Claremont Graduate School e um M.Div. pelo Fuller Theological Seminary. Essa trajetória educacional reflete-se em sua abordagem ampla e integrada aos estudos de religião e teologia.

Marva Dawn

Marva J. Dawn (1948–2021) foi uma musicista e teóloga.

Marva J. Dawn nasceu em Napoleon, Ohio, em uma família engajada na música e na sua fé cristã. Ela obteve formação acadêmica diversificada, com diplomas em música, teologia e filosofia por instituições como Concordia University Chicago, University of Idaho e University of Notre Dame.

Dawn foi professora e teóloga em diversas instituições, incluindo o Pacific Lutheran Theological Seminary e o Regent College, no Canadá. Também esteve associada à organização cristã Christians Equipped for Ministry, ensinando e orientando cristãos ao redor do mundo.

Seus escritos e palestras destacaram-se por um pensamento crítico e renovador. No livro Reaching Out Without Dumbing Down (1995), ela questionou tendências contemporâneas no culto evangélico, propondo um retorno a práticas litúrgicas mais profundas e historicamente enraizadas. Dawn valorizava a liturgia, os sacramentos e as tradições da igreja como instrumentos para a formação espiritual e compreensão mais rica da fé cristã.

Dawn também enfatizou a importância do descanso sabático e das disciplinas espirituais como formas essenciais de alinhar a vida aos ritmos e à presença de Deus. Em seus escritos, abordou a integração da fé com todos os aspectos da vida, explorando arte, música, cultura e justiça social.

Seu trabalho foi marcado por uma teologia que encorajava um culto autêntico e centrado em Deus, o crescimento contínuo em semelhança a Cristo, e uma fé vivida integralmente no corpo, mente e espírito. Dawn acreditava no valor do apoio e do amor no contexto de uma comunidade cristã ativa e comprometida.

Maria Tepedino 

Ana Maria de Azeredo Lopes Tepedino (1948–2018) foi uma teóloga católica brasileira, com contribuições à Teologia da Libertação, à eclesiologia e aos estudos sobre o feminino no contexto latino-americano.

Nascida no Estado do Rio de Janeiro, formou-se em Filosofia pela Universidade Católica de Petrópolis em 1963 e, posteriormente, em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) em 1981. Obteve o título de Mestre em 1986 e Doutora em 1993, também pela PUC-Rio, instituição onde passou grande parte de sua carreira acadêmica. Em 2013, recebeu o título de Professora Emérita em reconhecimento por sua contribuição intelectual e pedagógica.

Tepedino foi uma das pioneiras entre as teólogas leigas na América Latina. Integrou o Departamento de Teologia da PUC-Rio e trabalhou que fosse um espaço de diversidade teológica. Buscou novas perspectivas para compreender o papel da mulher na teologia e na Igreja. Como membro da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER), participou da construção de um pensamento teológico engajado com a justiça social e a igualdade de gênero.

Além de sua produção acadêmica, Tepedino contribuiu em comissões da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e do Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB).

Catharina Halkes

Catharina Joanna Maria Halkes (1920–2011) foi uma teóloga holandesa pioneira, a fundadora da teologia feminista nos Países Baixos. Seu trabalho questionou interpretações patriarcais do cristianismo e contribuiu para a inclusão das mulheres no discurso teológico e na vida eclesiástica.

Nascida em Vlaardingen, Holanda, Halkes inicialmente formou-se em Língua e Literatura Holandesa antes de se dedicar aos estudos teológicos, motivada por sua fé e um desejo de abordar injustiças sociais. Ela tornou-se uma voz proeminente no movimento católico feminino no país e foi nomeada a primeira professora de Feminismo e Cristianismo na Europa, lecionando na Universidade Católica de Nijmegen (atualmente Universidade Radboud) entre 1983 e 1986.

Halkes defendeu a ordenação de mulheres e foi uma crítica aberta à exclusão feminina de papéis de liderança na igreja. Em 1985, durante a visita do Papa João Paulo II aos Países Baixos, foi impedida de se dirigir ao pontífice devido às suas visões sobre o papel das mulheres na igreja, um evento que destacou sua notoriedade como ativista.

Em sua teologia, Halkes examinou criticamente como as escrituras e tradições religiosas têm sido usadas para subordinar as mulheres. Ela desenvolveu uma hermenêutica feminista, defendendo a leitura da Bíblia a partir das perspectivas e experiências das mulheres e enfatizando histórias femininas frequentemente negligenciadas no texto sagrado. Halkes também explorou imagens alternativas de Deus, incluindo a metáfora de “Deus como Mãe,” destacando os aspectos nutritivos e compassivos da divindade.

Ela argumentava pela inclusão das experiências femininas na reflexão teológica como meio de tornar a fé mais inclusiva e relevante. Além disso, Halkes conectou questões de gênero a preocupações ecológicas, apontando paralelos entre as relações dualistas entre homem e mulher e entre homem e natureza. Em sua obra … e tudo será recriado (1989), refletiu sobre como superar essas divisões para promover a cura da criação.

Entre seus livros mais influentes estão Storm after the Silent (1964), Zoekend naar wat verloren ging (Searching for What Was Lost), e En alles zal worden herschapen (And Everything Will Be Recreated). Em 1974, Halkes introduziu formalmente a teologia feminista no meio acadêmico holandês e, dois anos depois, fundou o Grupo de Trabalho Interuniversitário para Feminismo e Teologia (IWFT). Em reconhecimento às suas contribuições, recebeu um doutorado honorário da Universidade de Yale em 1982.

Sally McFague

Sallie McFague (1933–2019) foi uma teóloga cristã feminista norte-americana, proponente da teologia metafórica, explorando como metáforas moldam nossa compreensão e discurso sobre Deus.

McFague questionou imagens patriarcais de Deus, propondo a metáfora de “Deus como Mãe,” que enfatiza aspectos de nutrição, cuidado e relacionalidade divinas. Ampliando essa abordagem, sugeriu que o mundo pode ser entendido como o corpo de Deus, destacando a interconexão de toda a criação e defendendo uma ética ecológica de cuidado com a Terra. Essa perspectiva buscava responder aos desafios contemporâneos de degradação ambiental, promovendo uma visão de responsabilidade mútua entre humanidade e natureza.

A teologia deve ser ancorada na experiência humana e engajar a imaginação, incentivando novos modos de pensar e falar sobre Deus que reflitam preocupações e desafios modernos. Suas ideias tiveram impacto significativo na teologia feminista, oferecendo modelos alternativos para a compreensão de Deus e questionando papéis de gênero tradicionais na religião. Seu trabalho também contribuiu para o desenvolvimento da teologia ecológica, sublinhando a importância do cuidado com a criação.

Entre suas principais obras estão Metaphorical Theology: Models of God in Religious Language (1982), Models of God: Theology for an Ecological, Nuclear Age (1987), The Body of God: An Ecological Theology (1993), Super, Natural Christians: How We Should Love Nature (1997) e A New Climate for Theology: God, the World, and Global Warming (2008).

Sallie McFague abordou temas centrais da teologia cristã com uma perspectiva que buscava conciliar fé, relevância cultural e ética ambiental. Seu trabalho continua a influenciar debates teológicos sobre a relação entre Deus, humanidade e o mundo.