Termo em exegese bíblica que se refere às circunstâncias em que ocorreu uma frase, um história ou um gênero textual. O termo foi cunhado pelo biblista Hermann Gunkel (1862 – 1932) para seu estudo de crítica formal.
É um termo mais restrito que contexto, discorrendo sobre os meios e condições em que um texto foi criado, preservado e transmitido. Considera ainda o papel social e o momento dos interlocutores, tanto o emitente quanto a audiência.
Um exemplo ilustra o conceito. Uma genealogia foi recitada pelos membros de uma família incrementalmente por gerações. Em dado momento, talvez em uma disputa de terras ou sucessão pode ter sido vertida em escrita. A forma escrita teria sido guardada em arquivos, os quais poderiam ter sido consultados na composição de livros como 1 Crônicas. O Sitz im Leben preocupa-se com a funcionalidade original de um texto antes de sua escrituralização. No caso, o foco estaria na transmissão oral da genealogia, tentando desvendar como era composta, repassada e utilizada as listas genealógicas para a sociedade camponesa de uma vila no Antigo Israel.
O conceito foi expandido por Paul Minear para analisar os relatos do nascimento de Jesus na Igreja primitiva. Além de Sitz im Leben (“situação da vida”), Minear chama atenção para o Sitz im Glauben (“situação de fé”) e Sitz im Loben (“situação de adoração”) das comunidades que produziram e recepcionaram tais textos bíblicos. Outra expansão do conceito foi proposto por Gesché para Sitz im Schrift (a situação da passagem dentro do texto).
BIBLIOGRAFIA
Gesché, Adolphe, “Pour une identité narrative de Jésus”, in Revue Théologique
de Louvain, 30 (1999), pp. 153-179 e 336-356.
Gunkel, Hermann. Die Psalmen. Übersetzt und erklärt von Hermann Gunkel. Göttingen 1926.
Minear, Paul Sevier. “The Interpreter and the Birth Narratives,” in Symbolae Biblicae Upsalienses, Supplementhäften Till Svensk Exegetisk Årsbok, 13, 1950.
Uma consideração sobre “Sitz im Leben”