Shekhinah ou Shekiná é um conceito na tradição judaica que se refere à presença divina ou glória de Deus. O termo é derivado da palavra hebraica “shakhan”, que significa “habitar” ou “residir”.
De acordo com a mística judaica, a Shekhinah representa um aspecto feminino de Deus e é frequentemente retratada como uma luz radiante ou como uma noiva. Acredita-se que tenha estado presente durante eventos importantes na história judaica, como o Êxodo do Egito e a entrega da Torá no Monte Sinai.
A Shekhinah é frequentemente associada ao Santo dos Santos no Templo de Jerusalém, onde se dizia que residia a presença de Deus. No entanto, após a destruição do Templo, diz-se que a Shekhinah foi para o exílio junto com o povo judeu e acreditava-se que resida entre eles na diáspora.
O conceito de Shekhinah influenciou o pensamento e a adoração judaica, particularmente na Cabala e no hassidismo. Representa a ideia de que a presença de Deus pode ser encontrada no mundo e na vida cotidiana, e é um lembrete da sacralidade da criação e da importância da consciência espiritual.
Há similaridades e dissimilaridades com o entendimento cristão do Espírito Santo. No cristianismo, o Espírito Santo é uma pessoa, juntamente com Deus Pai e Jesus Cristo.
Em contraste, a Shekhina no misticismo judaico não é considerada uma pessoa ou entidade distinta, mas sim um aspecto da presença divina. Se esse aspecto constitui uma hipóstase ou não é ainda debatido.
Apesar dessas diferenças, ambos remetem à ideia da imanência ou presença de Deus no mundo.
BIBLIOGRAFIA
Kaniel, Ruth Kara-Ivanov. The Feminine Messiah: King David in the Image of the Shekhinah in Kabbalistic Literature. Brill, 2021.
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