Gerusitas

Os gerusitas eram um dos povos que habitavam a terra de Canaã antes da chegada dos israelitas. Eles são mencionados na lista das nações cananeias que Josué deveria expulsar (Josué 24:11). No entanto, de acordo com o livro de Josué, os gerusitas não foram completamente expulsos pelos israelitas e continuaram a viver em meio a eles (Josué 13:13). Essa situação de coexistência era comum em várias partes da terra prometida, onde as tribos de Israel não conseguiram ou não completaram a expulsão de todos os habitantes originais.

A Bíblia não fornece muitos detalhes específicos sobre a cultura, a organização social ou a história dos gerusitas. Sua menção principal ocorre nas listas de povos cananeus e na indicação de sua permanência em território israelita. A coexistência de diferentes grupos étnicos e religiosos dentro de Canaã gerou desafios e influências mútuas ao longo da história de Israel

Gersonitas

Os gersonitas eram os descendentes de Gérson, o primogênito de Levi (Gênesis 46:11; Êxodo 6:16; Números 3:17; 1 Crônicas 6:1). Gérson teve dois filhos, Libni e Simei, que deram origem às duas principais famílias gersonitas (Êxodo 6:17; Números 3:18; 1 Crônicas 6:16-17).

Dentro da estrutura tribal levítica, os gersonitas tinham responsabilidades específicas relacionadas ao cuidado e transporte de partes do Tabernáculo durante as peregrinações no deserto. Eles eram encarregados de carregar as cortinas do Tabernáculo, a tenda da congregação com sua cobertura, o véu da entrada do Tabernáculo, as cortinas do pátio, o véu da entrada do pátio e suas cordas (Números 3:25-26; 4:24-26). O trabalho dos gersonitas era supervisionado por Itamar, filho do sacerdote Arão (Números 4:28).

Durante a divisão da terra prometida, os gersonitas receberam cidades para habitar em Basã e na Galileia, com algumas delas sendo cidades de refúgio (Josué 21:27-33; 1 Crônicas 6:71-76). Nos tempos de Davi, alguns gersonitas foram designados para funções no serviço do Templo, incluindo a supervisão dos tesouros (1 Crônicas 23:7-11; 26:20-22).

Gibleus

Os gibleus eram um povo que habitava a região montanhosa da Palestina. O nome “Gibleu” está associado à cidade fenícia de Gebal, localizada na costa do Líbano, e seus habitantes eram chamados de gebalitas (Ezequiel 27:9; 1 Reis 5:18). A Septuaginta e a Vulgata frequentemente traduzem “gebaleu” como “gibleu”.

A menção dos gibleus em conexão com as montanhas da Palestina pode se referir a um grupo ou tribo com alguma ligação com a cidade de Gebal que se estabeleceu ou tinha influência nas áreas montanhosas ao sul, ou pode haver uma confusão ou variação na identificação desse povo em diferentes textos e traduções.

No contexto de Ezequiel 27:9, os “anciãos de Gebal e seus sábios” são mencionados como calafates que reparavam os navios de Tiro, indicando uma habilidade marítima e artesanal associada a essa cidade costeira. Já em 1 Reis 5:18 (5:32 na Septuaginta), os “homens de Gebal” são descritos como cortadores de pedras e construtores, trabalhando na preparação de madeira e pedras para a construção do templo de Salomão em Jerusalém, em aliança com Hirão, rei de Tiro.

Se os gibleus se referem a um povo montanhês da Palestina, sua identidade e relação específica com a Gebal costeira não são claramente detalhadas nas fontes bíblicas. É possível que houvesse migrações ou assentamentos de pessoas de Gebal no interior montanhoso, ou que “gibleu” tenha sido usado para descrever habitantes de regiões montanhosas em geral, talvez devido à semelhança com o terreno acidentado ao redor de Gebal. No entanto, a associação mais direta e clara do termo é com os habitantes da cidade fenícia de Gebal.

Gilonitas

Os gilonitas eram os habitantes da cidade de Gilo, identificada atualmente como Khirbet Jala, localizada aproximadamente 11 km ao norte do Monte Hebrom. A Bíblia menciona apenas um gilonita notável: Aitofel.

Aitofel era um conselheiro de grande sabedoria e confiança tanto para o rei Davi quanto, posteriormente, para Absalão durante sua rebelião. Sua opinião era tão respeitada que a Escritura dizia que o conselho de Aitofel era como se alguém consultasse a palavra de Deus (2 Samuel 16:23). Ele se juntou à conspiração de Absalão contra Davi e ofereceu estratégias para consolidar o poder de Absalão e derrotar Davi (2 Samuel 15:12; 16:20-23). No entanto, quando seu conselho foi rejeitado em favor do de Husai, Aitofel percebeu que a rebelião de Absalão estava fadada ao fracasso. Desonrado e desesperado, ele retornou à sua cidade, Gilo, pôs sua casa em ordem e se enforcou (2 Samuel 17:1-23).

A história de Aitofel destaca Gilo como sua cidade de origem e ilustra como indivíduos de cidades relativamente pequenas poderiam ascender a posições de grande influência. A traição de Aitofel a Davi e seu trágico fim são elementos importantes na narrativa da rebelião de Absalão.

Girgaseus

Os girgaseus eram uma das tribos descendentes de Canaã (Gênesis 10:15-16; 1 Crônicas 1:13-14), e seu território estava localizado a oeste do rio Jordão. Eles são mencionados na lista das nações que habitavam a terra de Canaã e que foram prometidas aos descendentes de Abrão (Gênesis 15:19-21; Deuteronômio 7:1; Josué 24:11).

Embora os girgaseus sejam consistentemente listados entre os povos cananeus que os israelitas deveriam desalojar, as narrativas bíblicas fornecem poucos detalhes específicos sobre sua cultura, organização social ou interações diretas com os israelitas durante a conquista. Eles aparecem principalmente em listas genéricas das populações da região.

A ausência de relatos detalhados sobre conflitos específicos com os girgaseus pode indicar que eles foram assimilados ou subjugados relativamente cedo no processo de conquista, ou que seu território não era central para os principais eventos narrados nos livros de Josué e Juízes. A menção de seu território a oeste do Jordão apenas fornece uma localização geográfica geral dentro do cenário da conquista de Canaã.