Gilberto, o Universal

Gilberto, o Universal, Gilbert Universalis ou Gilbertus Universalis (falecido em 1134) foi um bispo de Londres.

Educado em Laon, era notório por sua erudição. Escreveu comentários sobre Lamentações, Pentateuco e Profetas Maiores. Foi contemporâneo aos biblistas de Paris. Foi colocado como bispo em 1128.

Gilberto, o Universal, escreveu uma Glossa ordinaria. Trava-se de uma compilação do que comentaristas escreveram sobre os livros da Bíblia ao longo da história de sua recepção.

Grande Mar

O Grande Mar, conhecido hoje como Mar Mediterrâneo, é um corpo de água de grande importância histórica, cultural e econômica, situado entre a Europa, a África e a Ásia. A expressão “Grande Mar” (הַיָּם הַגָּדוֹל, ha-yam ha-gadol) é usada no Antigo Testamento para se referir a esse mar, refletindo sua vastidão em comparação com outros corpos de água conhecidos pelos antigos israelitas, como o Mar da Galileia e o Mar Morto.

O Mar Mediterrâneo acompanhou a história de diversas civilizações, incluindo os antigos egípcios, fenícios, gregos e romanos. Suas águas facilitaram o comércio, a comunicação e a troca cultural entre diferentes povos. As rotas marítimas do Mediterrâneo foram essenciais para o desenvolvimento do comércio e da navegação, conectando diferentes regiões e impérios.

O Grande Mar é mencionado em diversas passagens, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Ele é descrito como o limite ocidental da Terra Prometida (Números 34:6) e como palco de eventos importantes, como a viagem de Jonas (Jonas 1:3) e as viagens missionárias do apóstolo Paulo (Atos 27).

Tribulação

A palavra “tribulação” é um motivo literário que aparece na Bíblia para descrever períodos de aflição, sofrimento e provação. O termo hebraico צָרָה (tsarah) e o grego θλῖψις (thlipsis) carregam a ideia de angústia, aperto e pressão. A Bíblia Hebraica usa o termo para descrever diversas situações de dificuldade, desde opressão por inimigos até calamidades naturais e crises pessoais.

Este motivo literário era amplamente conhecido na Antiguidade. Aparece em relatos mesopotâmicos, como Épico de Atrahasis e o Épico de Gilgamesh, como narrativas de grandes catástrofes, como dilúvios, que ilustram o sofrimento infligido por forças divinas e eventos naturais. Já o Épico de Erra apresenta uma visão de caos, onde sete demônios são os agentes de um período de intensa perturbação. Na literatura ugarítica, a Lenda de Keret também aborda o tema do sofrimento, narrando as provações de um rei e sua perseverança. Os textos egípcios, como As Admoestações de Ipuwer, retratam um Egito em tumulto, refletindo períodos de instabilidade social e os impactos de desastres naturais.

No Antigo Testamento, a tribulação é frequentemente associada à opressão por inimigos, como no caso do Egito (Êxodo 1-15) e da Babilônia (2 Reis 24-25). O conceito de “tempo de angústia de Jacó” (Jeremias 30:7) prenuncia um período de intenso sofrimento para Israel, seguido de restauração divina. Os Salmos também expressam o clamor e a angústia diante de situações de aflição (Salmos 22, 130). Os profetas, por sua vez, alertam sobre as consequências da desobediência a Deus, que incluem a tribulação (Deuteronômio 28).

A literatura intertestamentária retrata a tribulação como um período de sofrimento e provação, mas também como um tempo de esperança, resistência e reafirmação da fé. Aparece em 2 Macabeus e em obras como o Martírio de Isaías.

No Novo Testamento, Jesus fala sobre a tribulação que seus seguidores enfrentarão (Mateus 24:21; João 16:33). O livro de Apocalipse descreve um período de grande tribulação que os fiéis enfrentam.

As interpretações sobre a natureza e a duração acerca da tribulação variam entre as diferentes tradições cristãs. Algumas interpretações postulam que haveria uma Grande Tribulação como um evento futuro específico, enquanto outras interpretações consideram a Grande Tribulação uma representação arquetípica do sofrimento que os cristãos enfrentarão ao longo da história e no cotidiano.

Apesar dos sofrimentos associados à tribulação, o foco nas Escrituras é na perseverança e da fé em meio ao sofrimento. Em Romanos 5:3-5, Paulo escreve que a tribulação produz perseverança, a perseverança gera caráter e o caráter, esperança. Essa esperança não decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações por meio do Espírito Santo que nos deu.

Rio Giom

O Rio Giom, mencionado em Gênesis 2:13 como um dos quatro rios que nascem no Jardim do Éden, permanece um mistério geográfico. A Bíblia o descreve como “o que circunda a terra de Cuxe”, uma região geralmente associada à Etiópia ou ao Sudão. No entanto, a localização exata de Cuxe e do Rio Giom tem sido objeto de debate entre estudiosos.

Existem várias teorias sobre a possível localização do Jardim do Éden e dos rios bíblicos. Alguns estudiosos sugeriram que ele poderia estar situado na Mesopotâmia, perto dos rios Tigre e Eufrates, mas essas hipóteses não são amplamente confirmadas por evidências arqueológicas ou imagens de satélite recentes.A especulação sobre onde poderiam estar os rios Pisom e Giom continua entre os estudiosos. Embora algumas teorias sugiram locais na África ou outras partes da Ásia para esses rios bíblicos, não há consenso claro sobre sua localização exata.

Gade

  1. Gade (גד, Gad; Γάδ, Gad), sétimo filho de Jacó e primeiro com Zilpa, serva de Lia (Gn 30:11), deu origem à tribo israelita que leva seu nome. O nome “Gade”, que significa “sorte” ou “tropa”, prenunciava a natureza guerreira e o papel crucial da tribo na história de Israel.

Acampados a sul do tabernáculo durante a jornada no deserto (Nm 2:14), os gaditas se destacaram por sua bravura e habilidade militar (1Cr 12:8). Estabelecidos a leste do Jordão, em terras propícias à pecuária (Nm 32:1-5), defenderam suas fronteiras com coragem, sendo comparados a leões em ferocidade (1Cr 12:8).

Participaram ativamente da conquista de Canaã (Js 4:12) e, no tempo de Davi, se uniram ao rei em Ziclague (1Cr 12:8-15), demonstrando lealdade em sua luta contra Saul.

2. Gade, o profeta, que aconselhou Davi em momentos decisivos (1Sm 22:5; 2Sm 24:11-19).