Felix de Urgel (m. 818), também conhecido como Felix de Urgell, foi um bispo cristão e teólogo do século VIII, amplamente reconhecido por sua defesa do Adocionismo, uma doutrina cristológica que afirma que Jesus foi adotado como Filho de Deus em seu batismo, em vez de ser Filho por natureza.
Felix foi bispo de Urgel, localizada na atual Catalunha, Espanha. Embora sua data de nascimento seja desconhecida, ele assumiu o episcopado por volta de 783, permanecendo no cargo até sua morte. Viveu em um período de transição política, quando a região passou do domínio visigótico para o controle franco após a conquista franca em 789.
Sua teologia foi influenciada pelo Adocionismo, doutrina originária dos antigos territórios visigóticos, que ganhou força sob a liderança de Elipando de Toledo, mentor de Felix. O Adocionismo sustentava que Jesus, como ser humano, foi escolhido por Deus e tornou-se Filho de Deus por adoção, e não por nascimento divino. Essa posição atraiu duras críticas de teólogos proeminentes, como Alcuíno de Iorque.
Em 792, Felix foi convocado ao Concílio de Regensburg, convocado por Carlos Magno, para defender suas ideias. Apesar de inicialmente defender sua posição, acabou por retratar-se sob pressão das autoridades eclesiásticas. Contudo, suas ideias continuaram sendo motivo de controvérsia. No Concílio de Frankfurt, em 794, sua condenação como herege foi reafirmada. Felix enfrentou novas sanções, incluindo o exílio de Urgel, mas seguiu envolvido em disputas teológicas.
Após o exílio, estabeleceu-se em Lyon, onde continuou a defender seus pontos de vista. Participou de outro concílio em Aachen, em 799, no qual novamente se retratou, embora permanecesse sob suspeita. Faleceu em Lyon.
