Metatron

Metatron, em aramaico מטטרון , em hebraico מטטרון e em grego Μετατρόν é uma figura enigmática na tradição mística judaica, conhecido como um anjo exaltado e mediador entre Deus e a humanidade.

Seu nome tem origens obscuras, com possíveis ligações a termos gregos que significam “aquele que está atrás do trono” ou “o que serve”. Na literatura rabínica e cabalística, Metatron recebe vários títulos, como “o Príncipe da Presença”, “o Anjo da Face” e até mesmo “o Menor YHWH” (Yahweh katan), indicando sua proximidade com o divino. Em algumas tradições, acredita-se que Metatron tenha sido originalmente o patriarca Enoque, transformado em anjo após sua ascensão ao céu. Como escriba celestial, ele registra as ações da humanidade e supervisiona o fluxo de energia divina no cosmos.

A literatura apócrifa, particularmente o 3 Enoque, descreve a experiência do rabino Ismael, que ascende ao céu e descobre que Enoque foi transfigurado em Metatron. Esse texto, datado entre os séculos V e VI d.C., apresenta Metatron como o mais elevado dos anjos, conferindo-lhe uma posição singular na hierarquia celestial. Na tradição rabínica, ele é descrito como secretário celestial e mensageiro divino, identificando-se com a figura de Moisés, que teria alcançado um estado angelical após sua morte. Esse conceito está ligado a interpretações midrásicas de passagens bíblicas, como êxodo 33:11, onde Moisés é descrito como aquele que “falava com Deus face a face”.

Embora Metatron não seja mencionado explicitamente na Bíblia Hebraica ou no Novo Testamento, sua figura se desenvolveu em contextos místicos, onde ele é visto como detentor de vasto conhecimento dos mistérios divinos. Associado à Merkabah, o “carro celestial” da visão profética de Ezequiel, ele guia aqueles que buscam ascender aos reinos celestiais por meio da meditação e do misticismo. Sua função de transmissor dos decretos divinos e de autoridade sobre outros anjos reforça sua posição de intermediário entre Deus e a humanidade. Além de sua função celestial, Metatron também é invocado em orações e rituais ligados à justiça e à misericórdia.

BIBLIOGRAFIA

Boyarin, Daniel. “Beyond Judaisms: Metatron and the Divine Polymorphy of Ancient Judaism.” Journal for the Study of Judaism in the Persian, Hellenistic, and Roman Periods, vol. 41, no. 3, 2010, pp. 323–365

Orlov, Andrei A. The Enoch-Metatron Tradition. Mohr Siebeck, 2005.

Serafim

Serafins, mencionados em Isaías 6:2-7 e Apocalipse 4:6-8, são seres celestiais de alta ordem, associados à presença e ao serviço de Deus. Descritos como tendo seis asas, com duas cobrem o rosto, com duas cobrem os pés e com duas voam, os serafins clamam “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória!” (Is 6:3).

Em Isaías 6, um serafim purifica os lábios do profeta com uma brasa viva do altar, preparando-o para sua missão profética. Essa ação sugere que os serafins desempenham um papel na mediação entre Deus e os humanos, purificando e consagrando aqueles que são chamados a servir.

No Apocalipse, os serafins estão ao redor do trono de Deus, adorando-o e proclamando sua santidade sem cessar. Sua presença intensifica a imagem da majestade e da glória divina, criando uma atmosfera de reverência e adoração.

Ophanim

Em sentido estrito o nome “Ophanim” vem da palavra hebraica “ofan”, que significa “roda”.

Dentro das visões de Ezequiel 1:15–21 denota seres alados com formas de roda. Os Ophanim são descritos como “criaturas viventes” com quatro rostos e quatro asas, que acompanham a carruagem divina.

 

Azazel

Azazel, em hebraico עֲזָאזֵל, em Lv 16:8, 10, 26 Azazel é um lugar desolado aonde um bode expiatório carregando os pecados era enviado. Durante o final do período do Segundo Templo, o termo aparece associado como um anjo caído responsável por disseminar conhecimento proibido à humanidade.

BIBLIOGRAFIA

Neto, Willibaldo Ruppenthal. “As interpretações de Azazel em Levítico 16.” Revista Ensaios Teológicos 2.1 (2016).