A teoria do bode expiatório é uma perspectiva soteriológica sacrificial de como a morte de Cristo proporciona a reconciliação da humanidade com Deus, porém rechaçando noções de redenção mediante violência.
O mitologista e antropólogo filosófico francês René Girard (1923 –2015) propõe a teoria mimética de que todo o desenvolvimento da cultura humana – a religião, as instituições, a organização social – fundamenta-se em mecanismos de contenção da violência.
Girard transpôs suas análises para textos bíblicos e para a teologia cristã da expiação. No entanto, seria James Alison quem refinaria em termos teológicos a teoria do bode expiatório.
Girard e Alison propõem uma substituição vicária, mas não penal. A humanidade odiou os ensinos e vida de Cristo porque não o podia imitar. Foi sacrificado como uma vítima do ódio humano. A morte gera um arrependimento e possibilidade de restaurar a ordem originalmente proposta.
A teoria do bode expiatório exonera Deus de uma injusta substituição penal e transfere a culpa à humanidade. Em algo próximo às teorias de influência moral e exemplo moral, pela teoria do bode expiatório o assassínio violento de Cristo altera o curso da história humana.
BIBLIOGRAFIA
Alison, James. Raising Abel: The Recovery of the Eschatological Imagination. New York: Crossroad Publishers, 1996.
Alves, Leonardo. O violento e o sagrado em dois filmes de suspense. Ensaios e Notas, 2019.
Girard, René. Violência e o Sagrado. São Paulo: Paz e Terra, 1990.
Kailey, Michelle (2008) “Redeeming the Atonement: Girardian Theory,” Denison Journal of Religion: Vol. 8 , Article 7.