Paixão das Santas Perpétua e Felicidade


A Paixão das santas Perpétua e Felicidade, em latim Passio sanctarum Perpetuae et Felicitatis, é um relato do martírio dessas cristãs no norte da África romana no início do século III d.C. O texto, originalmente escrito em latim e grego, centra-se em Vibia Perpétua e sua escrava Felicidade.

Perpétua, uma jovem nobre de 22 anos de Cartago, no norte da África, é a figura central. Mãe jovem, abraçou o cristianismo no ano de 203 d.C., apesar da oposição veemente de seu pai não cristão. O compromisso de Perpétua com suas crenças é especialmente notável, já que ela era uma mulher casada, embora seu marido esteja ausente no relato.

Felicidade, uma escrava em sua companhia, estava grávida de oito meses quando foi presa. Ambas as mulheres, juntamente com outros três catecúmenos – Revocatus, Saturninus e Secundulus – foram submetidas à prisão, marcando o início de seus tormentos. Saturus, seu instrutor cristão, juntou-se voluntariamente a eles em sua detenção.

As condições de sua prisão eram terríveis, com calor e superlotação. Perpétua passou pelo tormento da separação de seu bebê em fase de amamentação.

Felicidade deu à luz dois dias antes da execução agendada. Sua filha recém-nascida foi adotada por outra mulher na igreja.

Na arena, Perpétua e Felicidade enfrentaram bestas e gladiadores, com as últimas palavras registradas de Perpétua marcando a fé e a união entre os crentes.

A Paixão de Perpétua e Felicidade é uma peça única e notável da literatura cristã primitiva.. Algumas seções, escritas por Saturus, e a editoria de todo o texto são atribuídas ao eminente escritor cristão primitivo Tertuliano.

Martírio de Policarpo

O Martírio de Policarpo (Martyrium Polycarpi) é o mais antigo relato de martírio dos cristãos primitivos.

Policarpo, bispo de Esmirna de 86 anos, teria sido executado por volta de 155-160 d.C.

Durante a execução de um grupo de cristãos no circo, a turba exigiu que Policarpo fosse executado. O bispo enfrentou seus algozes com calma e gentileza, mas se recusou a sacrificar a César.

Na arena, o governador exortou-o a jurar a César e dizer “abaixo os ateus” (como o governador se referia aos cristãos). Policarpo olhou para a multidão, acenou com a mão e disse: “abaixo os ateus!”

“Você renuncia a Cristo”, instou o governador, mas Policarpo respondeu: “Por 86 anos o servi, como poderia caluniar meu rei e salvador?”

Policarpo foi acorrentado à estaca para ser queimado vivo. Como o fogo não parecia afetar Policarpo, também foi esfaqueado.

O relato foi preparado pela igreja de Policarpo em Esmirna a pedido da igreja de Filomélio, a 200 km de distância. Trata-se de um testemunho anônimo em forma de carta.