Andrew D. Urshan

Andrew David Urshan (1884-1967) foi um pioneiro pentecostal e evangelista entre persas, armênios e assírios.

Urshan nasceu em Adabjaloo, um vilarejo na Pérsia localizado a cerca de 400 milhas do Monte Ararat. Convertido ao cristianismo em 1900, ele imigrou para os Estados Unidos em 1902, fixando-se em Yonkers, Nova York. Começou a pregar o evangelho em 1904.

Em 1906, em Chicago, teve uma experiência marcante com a graça santificadora de Deus enquanto participava das atividades da missão Full Gospel North Avenue, liderada por William Durham. Motivado por essa renovação espiritual, começou a trabalhar entre seus conterrâneos assírios, alcançando significativo êxito. Em 1908, inspirado pelos eventos ocorridos no Instituto Bíblico Moody, buscou com determinação o batismo no Espírito Santo, experiência que viveu no dia 4 de julho daquele ano, falando em línguas por várias horas. A partir desse momento, sua pregação se expandiu além dos Estados Unidos, alcançando países como Reino Unido, Holanda, Noruega, Suécia, Rússia e sua terra natal, a Pérsia.

Ordenado em 1910, Urshan publicou pelo menos oito livros e, em 1917, iniciou a revista mensal There is Sunshine in the Shadows. Em 1932, ele se afiliou à Assembleia Pentecostal do Senhor Jesus Cristo, servindo como presbítero nos estados do leste americano. No ano seguinte, tornou-se pastor da Satisfaction Gospel Mission em Nova York, que mais tarde se tornaria a Igreja Cristã Apostólica da Fé. Após renunciar a este pastorado em 1950, dedicou-se integralmente a pregações em conferências, serviços evangelísticos e encontros especiais.

Sua paixão pelo evangelismo o levou a ganhar milhares de almas para a mensagem do Nome de Jesus e a viver um compromisso fervoroso com a santidade. Urshan casou-se duas vezes e teve quatro filhos, dedicando-se à família e ao ministério até seus últimos dias. Pregou seu último sermão em Bay City, Texas, quatro dias antes de seu falecimento.

Lottie Moon

Lottie Moon (1840–1912) foi uma missionária batista do sul dos Estados Unidos, pioneira no trabalho missionário na China.

Nascida Charlotte Digges Moon no Condado de Albemarle, Virgínia, recebeu uma educação privilegiada e foi uma das primeiras mulheres do sul dos Estados Unidos a obter um diploma de mestrado. No entanto, sentindo-se chamada para a missão. Causou espanto por romper as expectativas sociais para uma mulher de classe alta sulista e embarcou para a China em 1873, aos 32 anos.

Por quase 40 anos, Lottie Moon viveu e trabalhou em Tengchow e Pingtu, na província de Shandong. Aderiu à cultura local, aprendendo a língua e os costumes, e tornou-se uma professora e evangelista respeitada e amada. Com especial dedicação à educação de mulheres e meninas, fundou escolas e questionou práticas tradicionais, como o enfaixamento dos pés.

Comprometida com seu trabalho missionário, Lottie Moon frequentemente sacrificava seu conforto e bem-estar em benefício das pessoas que servia. Ela vivia de maneira modesta, compartilhando seus poucos recursos com os necessitados, e fazia constantes apelos às igrejas nos Estados Unidos por maior apoio ao trabalho missionário. Suas cartas e pedidos foram cruciais para aumentar a conscientização e os fundos destinados às missões.

A saúde de Lottie Moon deteriorou-se após anos de trabalho intenso e desnutrição, agravados por uma grande fome na região onde atuava. Em 1912, enfraquecida, foi obrigada a retornar aos Estados Unidos, mas faleceu durante a viagem, em Kobe, Japão.

O legado de Lottie Moon permanece significativo no movimento missionário. Seu exemplo de dedicação, sacrifício e defesa da educação e do evangelismo inspira gerações de missionários. Em sua homenagem, a oferta anual “Lottie Moon Christmas Offering,” promovida pela Convenção Batista do Sul, continua a apoiar o trabalho missionário em todo o mundo.

Algot Svensson

Algot Svensson (1894-1959) nasceu em Bälaryd, Jönköpings, na Suécia. Foi missionário e pastor da Assembleia de Deus em Belo Horizonte, Minas Gerais, tendo chegado ao Brasil em 26 de setembro de 1928, acompanhado de sua esposa, Rosa. O trabalho missionário de Svensson começou em Belém do Pará e, posteriormente, foi para Maceió, onde liderou a Assembleia de Deus na capital alagoana de 1930 a 1933, contribuindo para o crescimento da igreja na região.

Em 1933, Svensson se mudou para Belo Horizonte, onde assumiu o pastoreado e foi responsável pela construção de vários templos, incluindo o templo-sede, inaugurado em 1956. Sua liderança incluiu uma preocupação com a área social da igreja, além de sua participação nas convenções gerais da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB).

Junto com Rosa, ele teve um papel importante na expansão da missão pentecostal sueca no Brasil, no início do século XX. Enfrentando desafios como as diferenças culturais e o clima tropical, o casal trabalhou para estabelecer a igreja pentecostal no país, realizando cultos, ensinando e interagindo com as comunidades locais.

Kosuke Koyama

Kosuke Koyama (1929–2009) foi um missionário, missiólogo e teólogo contextual japonês, conhecido por sua teologia do búfalo d’água (waterbuffalo theology).

Koyama, nascido em Tóquio viveu os eventos tumultuosos do século XX, incluindo os devastadores bombardeios a Tóquio durante a Segunda Guerra Mundial. Em razão disso, discorreu sobre sofrimento e da compaixão.

Estudou teologia no em Tóquio e nos Estados Unidos, onde obteve um doutorado no Seminário Teológico de Princeton. Essa exposição às tradições teológicas orientais e ocidentais foi fundamental para moldar sua perspectiva distintiva.

Koyama atuou como missionário na Tailândia, imergindo-se na cultura local e enfrentando os desafios de contextualizar a fé cristã em um ambiente não ocidental. Essa experiência direta alimentou seu comprometimento com uma “teologia da cruz”, enfatizando a centralidade do sofrimento e da solidariedade com os marginalizados como valores cristãos essenciais.

Seu influente livro, Teologia do Búfalo-d’Água (1974), destaca-se como uma obra seminal na teologia contextual. Utilizando a imagem do búfalo-d’água como símbolo de força paciente e resiliência, Koyama metaforicamente o conectou às realidades de muitas comunidades asiáticas enfrentando adversidades. O livro utiliza o búfalo como um símbolo de força paciente e resiliência na agricultura asiática, torna-se uma metáfora para a compreensão da fé cristã no contexto das culturas asiáticas.

Koyama defende a necessidade de contextualizar a teologia, enfatizando que as reflexões teológicas devem estar enraizadas nas experiências vividas nas comunidades locais. O livro desafia uma abordagem da teologia centrada no Ocidente e destaca a necessidade de uma teologia que responda aos contextos culturais e históricos específicos das sociedades não-ocidentais. Koyama afirma que uma teologia contextual deve ser capaz de ressoar e abordar as lutas e desafios diários enfrentados pelas pessoas nestes contextos.

Além de suas contribuições teológicas, Koyama dedicou-se ao diálogo inter-religioso, especialmente entre o cristianismo e o budismo, buscando compreensão mútua e respeito entre tradições religiosas.

O legado de Kosuke Koyama perdura como uma influência profunda em teólogos, missiólogos e praticantes em todo o mundo. Seu comprometimento com uma teologia contextual, abordando as lutas das pessoas comuns diante da pobreza e opressão, continua sendo uma força orientadora.

A ênfase de Koyama no diálogo inter-religioso e sua crítica ao imperialismo cultural ocidental permanecem relevantes no mundo interconectado de hoje. Além de suas buscas acadêmicas, ele serviu como decano da Escola de Pós-Graduação em Teologia do Sudeste Asiático em Cingapura por 16 anos e recebeu a Medalha Henry Luce de Teologia em 1985.

Seu extenso conjunto de obras inclui publicações notáveis como Sobre a Vida Cristã (1979) e O Deus que Caminha Devagar (1993).

Raimundo Lúlio

Raimundo Lúlio (c. 1232–c. 1315/16), conhecido em catalão como Ramon Llull, foi um filósofo, teólogo, poeta, missionário, apologista cristão e ex-cavaleiro nascido no Reino de Maiorca. Reconhecido como uma figura central na literatura catalã, Lúlio é considerado um precursor da teoria da computação e influenciou diversas áreas do conhecimento.

Nascido em uma família abastada em Palma de Maiorca, Lúlio levou uma vida cortesã em sua juventude. Por volta dos 30 anos, teve uma experiência religiosa profunda que o levou à conversão e ao compromisso com a propagação do cristianismo, especialmente entre muçulmanos no Norte da África. Ele aprendeu árabe, viajou amplamente e se envolveu em diálogos inter-religiosos, buscando construir pontes entre diferentes tradições religiosas.

Lúlio desenvolveu o Ars Magna (Grande Arte), um sistema que combinava lógica, filosofia e teologia para demonstrar a verdade do cristianismo. Utilizando diagramas e símbolos, o Ars Magna explorava combinações de atributos divinos e conceitos, sendo considerado uma contribuição inicial à computação moderna. O uso de métodos combinatórios e simbólicos nesse sistema influenciou pensadores posteriores, como Gottfried Leibniz. Além de seu aspecto lógico, os escritos de Lúlio também comunicam reflexões místicas.

Lúlio escreveu em catalão, latim e árabe. Discorria sobre temas filosóficos, teológicos e literários. Sua obra inclui tratados, poesia, romances e um manual sobre cavalaria. Ele foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da língua catalã como meio literário.

Como missionário, Lúlio empreendeu várias jornadas ao Norte da África, enfrentando riscos e oposição. Defendia a criação de escolas de línguas para apoiar os esforços missionários e dedicou sua vida a promover o diálogo entre religiões. Sua dedicação à missão cristã culminou em sua morte, possivelmente como mártir em Túnis.

O legado de Raimundo Lúlio abrange filosofia, teologia, literatura e ciência. Ele é celebrado como um dos pilares da cultura catalã e um pioneiro no diálogo inter-religioso. Seu Ars Magna continua sendo estudado por sua relevância histórica e pelas perspectivas que oferece sobre o conhecimento e a computação.