O Barb. MS Barberinus Gr. 549 Vatican Library. Oxford H-P 62 and 147 ou versão de Barberini é uma versão grega, independente da Septuaginta (Old Greek) da Oração de Habacuque (Habacuque 3), apesar de ter sido influenciada pela LXX em sua transmissão.
A versão de Barberini provavelmente não foi traduzida antes dos livros finais da Septuaginta no século I a.C. Sua data final para limitar sua origem seria os meados do século III d.C.
BIBLIOGRAFIA
Harper, Joshua L. Responding to a puzzled scribe: the Barberini version of Habakkuk 3 analysed in the light of the other Greek versions. Vol. 8. Bloomsbury Publishing, 2015.
A Septuaginta, cuja sigla é LXX, em sentido amplo refere-se a um conjunto de antigas traduções gregas das Escrituras Hebraicas realizadas entre os séculos III a.C. e meados do século II d.C.
Em sentido estrito, a Septuaginta seria somente o Pentateuco. O conjunto dos livros individuais fora do Pentateuco também são referidos como Old Greek (OG).
A carta espúria de Aristeas (século II ou I a.C.) narra uma lenda de que o faraó Ptolomeu II Filadelfo encomendara a tradução para a Biblioteca de Alexandria. Teria requisitado cópias ao sumo-sacerdote de Jerusalém Eleazar e comissionado setenta (ou setenta e dois) tradutores judeus. Eles teriam produzidos manuscritos idênticos de forma independente.
A Septuaginta registra uma tradição manuscrita de uma fonte (Vorlage) hebraica diferente e anterior àquela preservada em qualquer manuscrito hebraico existente hoje.
Os autores do Novo Testamento demonstram empregar amplamente a Septuaginta, embora não exclusivamente. A Septuaginta contribuiu imensamente também para o vocabulário teológico e retro-influenciou a própria edição das Escrituras quer em hebraico, quer em outras línguas em vários aspectos (divisão do Pentateuco e nome dos livros, por exemplo).
A LXX ajuda a entender como era a interpretação das Escrituras em um estágio inicial de sua canonização.
A adoção da LXX pelos cristãos contribuíram para que alguns eruditos judeus produzissem novas versões gregas, como o caso de Teodoton (que revisou a LXX), Símaco e Áquila (novas traduções a partir do hebraico).
As principais revisões e recensões da LXX são:
Recensão Kaige ou Recensão Luciânica. Hipoteticamente realizada no século IV dC pelo erudito Luciano de Antioquia. Tornou-se a forma mais amplamente utilizada da Septuaginta no Império Bizantino.
Hexaplar – uma edição crítica da Septuaginta produzida no século III dC por Orígenes. Consistia em seis colunas: o texto hebraico, uma transliteração do texto hebraico para o grego e quatro traduções gregas do texto hebraico. Pouco resta dela.
Recensão Hesychiana ou Hesiquiana. Feita por um bispo do Egito chamado Hesíquio, de local desconhecido. Teria sido martirizado na perseguição de Diocleciano. Jerônimo refere-se a ela. Todavia, sua atestação é fragmentária.
Codex Sinaiticus ou א – Este é outro manuscrito antigo da Septuaginta, que remonta ao século IV dC. Foi descoberto no Mosteiro de Santa Catarina na Península do Sinai no século 19 e agora está na Biblioteca Britânica.
Codex Vaticanus ou B- Este codex em si é uma recensão, sendo uma das mais importantes da Septuaginta, datado do século IV EC.
Codex Marchalianus ou Q – uma revisão posterior que influenciou os textos coptas.
As principais edições impressas são:
Edição Aldina – Esta foi a primeira edição impressa da Septuaginta, produzida pelo impressor veneziano Aldus Manutius em 1518.
A Septuaginta de Cambridge compreende a edição crítica menor de B. Swete, The Greek New Testament (1909-1922) e a chamada “Septuaginta Maior de Cambridge” de A. E. Brooke, N. McLean, e H. St. John Thackeray.
Septuaginta de Göttingen – a edição crítica da Septuaginta produzida pela Universidade de Göttingen na Alemanha.
Edição de Rahlf – uma edição crítica amplamente revisando a edição de Göttingen, produzida por Alfred Rahlf no século XX. Baseia-se no Codex Vaticanus e inclui notas críticas.
Bíblia – Antigo Testamento de Frederico Lourenço. Publicada em Portugal pela Quetzal e no Brasil pela Cia das Letras, é a única edição completa da Septuaginta em português.