Kirsi Stjerna

Kirsi Irmeli Stjerna é uma teóloga luterana finlandesa, conhecida por seus estudos sobre Martinho Lutero, a Reforma e o papel das mulheres na história religiosa. Seu trabalho examina a teologia de Lutero e sua relevância no mundo contemporâneo, abordando temas como liberdade, justiça social e igualdade de gênero.

Formou-se em Teologia Sistemática e Ecumênica pela Universidade de Helsinque em 1988. Em 1989, foi pesquisadora visitante na Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma, com foco em Teologia Ecumênica, Feminista e Espiritual. Obteve seu doutorado no Graduate Theological Union, em Berkeley, onde atualmente faz parte do corpo docente no departamento de Teologia e Ética. Também é professora de História e Teologia Luterana no Pacific Lutheran Theological Seminary, que integra a California Lutheran University.

Stjerna é autora e editora de diversas obras. Entre elas, Women and the Reformation e Reformaation Naisia discutem as contribuições de mulheres na era da Reforma. Em No Greater Jewel: Thinking about Baptism with Luther, explora o significado do batismo na teologia de Lutero e suas implicações na vida cristã atual. Women Reformers of Early Modern Europe: Profiles, Texts, and Contexts apresenta perfis de mulheres reformadoras influentes. Coautora de Martin Luther, the Bible and the Jewish People, analisa a relação entre a teologia de Lutero e o judaísmo. Atuou como tradutora e editora de obras de Tuomo Mannermaa e Martti Nissinen e foi editora-geral de The Annotated Luther, uma edição abrangente dos escritos de Lutero com comentários críticos.

Seu trabalho teológico reflete uma identidade luterana sólida, uma perspectiva feminista, abertura ecumênica e preocupação com questões de justiça social. Stjerna destaca a importância de compreender a teologia reformadora a partir de perspectivas históricas e contemporâneas, promovendo o diálogo inter-religioso e a equidade.

Carl Ferdinand Wilhelm Walther

Carl Ferdinand Wilhelm Walther (1811–1887) foi um ministro luterano germano-americano, envolvido no desenvolvimento inicial do Sínodo de Missouri nos Estados Unidos. Ele nasceu em Langenchursdorf, Saxônia, Alemanha. Walther foi o primeiro presidente da Igreja Luterana – Sínodo de Missouri (LCMS) e um teólogo influente dentro da denominação.

Walther recebeu uma educação clássica na Alemanha, estudando teologia na Universidade de Leipzig. Durante esse período, foi profundamente influenciado pelo movimento pietista e pelas disputas em torno da prática e da doutrina luteranas. Em 1838, diante de perseguições religiosas na Saxônia, juntou-se a um grupo de emigrantes luteranos liderados por Martin Stephan, que buscavam liberdade religiosa nos Estados Unidos.

A comunidade luterana saxônica estabeleceu-se no Missouri, e Walther rapidamente se destacou como líder espiritual e organizacional. Após a deposição de Stephan por questões de conduta, Walther assumiu um papel de liderança, ajudando a reorganizar a comunidade e consolidar sua identidade teológica e eclesiástica.

Walther salientava a distinção entre a lei e o evangelho, um princípio central da teologia luterana. Em sua obra A Distinção Entre Lei e Evangelho, ele argumenta que a lei revela o pecado e a necessidade da graça, enquanto o evangelho oferece a promessa da salvação por meio de Cristo. Essa abordagem moldou a prática pastoral e o ensino teológico da LCMS.

Em 1847, Walther foi eleito o primeiro presidente do Sínodo de Missouri, fundado para unir congregações luteranas sob uma confissão comum de fé e prática. Também foi fundamental na criação de instituições educacionais, incluindo o Seminário Concordia em St. Louis, que continua a formar pastores luteranos.

Walther escreveu extensivamente sobre teologia, prática pastoral e a organização da igreja. Suas obras incluem sermões, artigos e livros que continuam a influenciar a teologia luterana. Entre seus escritos mais conhecidos estão Kirche und Amt (Igreja e Ministério), onde defende a visão luterana confessional do papel da igreja e do ministério pastoral, e a já mencionada Lei e Evangelho. Seu legado está intimamente ligado à consolidação do luteranismo confessional nos Estados Unidos.

Eugène Ménégoz

Eugène Ménégoz (1838 – 1921) foi um teólogo luterano alsaciano nascido em Algolsheim, Alto Reno. Estudou teologia em Estrasburgo e tornou-se pároco na paróquia de Billettes, em Paris, em 1866.

Ménégoz desenvolveu o movimento do fideo-simbolismo. A salvação foi alcançada através do ato de fé, independente de credo. Em 1877, Ménégoz foi nomeado professor titular da Faculdade Protestante de Teologia de Paris, onde continuou a lecionar e escrever sobre teologia. Suas publicações, como “L’autorité de Dieu, réflexions sur l’autorité en matière de foi” (1892), “La notion biblique du Miracle” (1894), “Étude sur le dogmas de la Trinité” (1898), e “Publicações diversas sobre le fidéisme et son application à l’enseignement chrétien tradiçãonel” (1900-1921), foram influentes na formação do discurso sobre fé e razão na teologia.

Christoph Ernst Luthardt

Christoph Ernst Luthardt (1823 – 1902) foi um teólogo, professor, escritor e líder luterano alemão.

Nascido em Maroldsweisach, Baviera, estudou teologia em Erlangen e Berlim. Tornou-se professor na Universidade de Marburg com apenas 31 anos. Luthardt defendeu a ortodoxia luterana através de escritos prolíficos como “Apologie des Christentums” e “Kompendium der Dogmatik”. Apoiou ativamente missões, fundou publicações influentes e liderou o corpo docente teológico da Universidade de Leipzig. Mantinha uma respeitosa posição com seus oponentes.

Johannes Aepinus

Johannes Aepinus (1499-1553) foi um reformador luterano.

Nascido Johann Hoeck na cidade saxônica de Ziesar, Aepinus estudou na Universidade de Wittenberg. Lá, sob a tutela de reformadores como Martinho Lutero e Filipe Melanchthon, aderiu à Reforma.

Retornando à sua terra natal, Aepinus assumiu um cargo de professor em Brandemburgo em Havel. As suas proclamações ousadas levaram a confrontos com as autoridades católicas, resultando na sua prisão e subsequente fuga da sua cidade natal.

Abraçando uma nova identidade, adotou o nome “Aepinus” e viajou para a cidade portuária de Hamburgo em 1529. Sua eloquência e perspicácia teológica ressoaram na população, levando à sua nomeação como o primeiro Superintendente de Hamburgo em 1532.

Aepinus deixou uma marca em Hamburgo, servindo como líder espiritual da igreja luterana por mais de duas décadas. Sua influência estendeu-se além do púlpito, pois supervisionava o estabelecimento de escolas e igrejas, redigia os decretos da igreja da cidade e defendia as doutrinas luteranas contra desafios internos e externos. Sob sua liderança, Hamburgo tornou-se um reduto do luteranismo no norte da Alemanha.

Além de suas realizações administrativas, Aepinus foi um escritor prolífico, contribuindo com tratados teológicos, hinos e comentários ao discurso da Reforma. Seu foco na teologia prática, enfatizando as implicações éticas da fé, alinhada com os ideais luteranos da vida cristã cotidiana.

Aepinus, todavia, era uma pessoa polêmica. Sua posição sobre certas questões teológicas, particularmente suas opiniões sobre a predestinação e a controvérsia antinomiana, provocou debates e conflitos ocasionais com colegas reformadores.