Não Interpolações Ocidentais

O termo não interpolações ocidentais, em inglês non-Western interpolation, resume uma característica textual de certas leituras curtas no texto grego do Novo Testamento.

O termo foi cunhado por Brooke Foss Westcott e Fenton John Anthony Hort para explicar como algumas leituras do texto tipo ocidental, geralmente considerado mais inferior e expansivo, contraditoriamente possuíam algumas passagens mais breves, algo que indicaria sua antiguidade em relação a outros tipos textuais.

As nove passagens de Mateus 27:49 são amplamente aceitas; Lucas 22:19b–20; 24,3; 24,6; 24,12; 24,36; 24h40; 24,51; 24h52. Outras passagens em questão são Mt 6,15; 9,34; 13,33; 21,44; 23,26; Marcos 10:2; 14,39; Lucas 5:39; 10:41-42; 12:21; 22,62; 24,9; João 4:9, Romanos 6:16; 10.21; 16h20; 16:25-27; 1 Cor. 15,3; 2 Coríntios 10:12-13; Tim 5:19.

Texto tipo Ocidental

O tipo de texto ocidental é uma categoria da crítica textual sobre a transmissão e variação do texto do Novo Testamento. O termo “ocidental” é um tanto enganoso porque evidências deste tipo de texto foram descobertas não apenas nas regiões ocidentais do Império Romano, mas também no Oriente cristão, particularmente na Síria.

Fontes e características

Traduções latinas antigas: As traduções latinas antigas do Novo Testamento, muitas vezes chamadas de Vetus Latina, contêm leituras e variações consistentes com o tipo de texto ocidental.

Traduções Vetus Siríacas: Semelhante ao latim antigo, as traduções Vetus Siríacas do Novo Testamento do grego para o siríaco exibem características ocidentais. Isto indica que o tipo de texto ocidental teve influência além das regiões de língua latina.

Escritores Cristãos Primitivos: Citações e referências nas obras de certos escritores cristãos primitivos nos séculos II e III, como Cipriano, Tertuliano e Irineu, contêm elementos do tipo de texto ocidental.

Papiros Gregos do Egito: Fragmentos dos primeiros papiros gregos descobertos no Egito, incluindo 𝔓29, 𝔓38 e 𝔓48, contêm leituras consistentes com o tipo de texto ocidental.

Codex Sinaiticus: Codex Sinaiticus, um dos primeiros manuscritos gregos completos do Novo Testamento, é considerado como exibindo características ocidentais nos primeiros oito capítulos do Evangelho de João.

O tipo de texto ocidental é caracterizado por vários recursos distintivos, incluindo:

Preferência por Paráfrase: Tende a usar expressões parafrásticas e expande o texto, muitas vezes resultando em variantes mais longas de passagens.

Ausência de certos livros: O tipo de texto ocidental não contém as Epístolas Católicas (Tiago, 1 Pedro, 2 Pedro, 1 João, 2 João, 3 João e Judas) e o Livro do Apocalipse. Essa ausência coincide com a antilegômena e indica que esses livros podem não ter tido uma tradição textual ocidental.

Variantes mais curtas: Em contraste com sua preferência por leituras mais longas, o tipo de texto ocidental também contém variantes mais curtas excepcionais, conhecidas como “não interpolações ocidentais“. Essas omissões incluem a omissão de uma série de oito frases curtas de versículos do Evangelho de Lucas.

Preconceitos redacionais: Nos materiais paulinos, o tipo de texto ocidental exibe preconceitos redacionais distintos que muitas vezes diminuem o status das mulheres nas congregações dirigidas por Paulo.

A qualidade do tipo de texto ocidental é geralmente considerada inferior a outros tipos de texto, apesar de sua antiguidade. Kurt e Barbara Aland categorizam manuscritos do tipo de texto ocidental como Categoria IV em seu sistema de classificação textual, indicando uma confiabilidade menor em comparação com outros tipos de texto.