Etiópia

Etiópia é o nome grego dado para duas regiões distintas na África.

  1. Etiópia, também chamada Núbia ou Cuxe: em sentido estrito, a região do Vale do Nilo entre a primeira e a segunda catarata ao sul de Asuã. Em sentido amplo, o termo pode indicar toda a África ao sul do Saara (o que parece ser em Ez 29:10). Na Idade do Ferro, a Etiópia (Núbia) tornou-se o reino independente de Nabatea, que dominava o Egito. O governante núbio Tiraca aparece em Is 37:9 como aliado de Ezequias, apesar dos protestos do profeta Isaías (Is 18:1-2; 20:1-6). A presença da diáspora israelita parece ser antiga(Sf 3:10). Em Atos 8:26-40, o eunuco etíope, talvez um alto funcionário na corte da “Candace”, o título da rainha-mãe núbia.

Vários personagens são chamados cuxitas ou etíopes. Moisés se casou com uma esposa etíope (Nm 12:1). Ebede-Meleque, o etíope, auxiliou Jeremias (Jr 38:7). A cor da pele seria imutável quanto as manchas do leopardo (Jr 13:23).

A região é descrita como rica (Jó 28:19; Is 43:3) e envolvida no comércio com a Arábia (Is 45:14). O povo se orgulham de sua nação (Sl 87:4). A relação com Sabá é mencionada repetidas vezes (Gn 10:7,28; Is 43:3).

Viviam despreocupados (Ez 30:9), mas eram guerreiros (Ez 38:5; Jr 46:9), dando força “infinita” a Nínive (Na 3:9), mas que pode ser resistido por Israel por causa do favor do Semhor (2 Cr 16:8; Is 20:5; 36:6).

O Senhor preocupa-se com a Etiópia, assim como no Egito (Is 20:3). Seu amor alcança os filhos da Etiópia como os filhos de Israel (Am 9:7). Em tempo certo, a Etiópia voltará para o Senhor (Sl 68:31).

  1. Etiópia ou Abissínia, região no “chifre da África”. Não é mencionada na Bíblia. A primeira civilização conhecida na região foi o Reino de Dʿmt, que surgiu no século 10 a.C. No século IV a. C, surgiu o Reino de Aksum, que se tornou um dos estados mais poderosos do mundo antigo. Aksum era conhecido por sua riqueza, civilização avançada e laços comerciais com terras distantes, como Índia e Roma. Isolada da cristandade durante a hegemonia islãmica, a etiópia fragmentou-se em várias unidades políticas menores. A modernidade resultou no estreitamento das relações com os europeus, iniciando com os português e finalizando com a invasão italiana. Todavia, a Etiópia foi uma das raras nações africanas a manter sua independência durante o colonialismo.

A Igreja Ortodoxa Etíope Tewahedo, fundada no século I.V dC, é uma das denominações cristãs mais antigas do mundo. De doutrina não-calcedoniana, desempenhou um papel significativo na história e na cultura etíope e é uma grande influência na vida religiosa e política do país. Tradicionalmente era dependente da sé de Alexandria até o século XX. Há uma pequena, mas historicamente significante comunidade judia, os Beta Israel. A presença protestante é antiga, iniciada no século XVII quando o missionário luterano alemão Peter Heyling (c.1608 – c. 1652) veio ao país. Os protestantes são chamados de p’ent’ay, sendo as principais denominações Mekane Yesus (luterana, com 10 milhões de membros), Mesere Kristos (mennonita, com 400 mil membros), Kale Heywet (batista carismática, com 9 milhões de membros), Ethiopian Full Gospel Believers’ Church (pentecostal, com 4,5 milhões de membros), além de diversas outras menores. Entre 15% a 20% da população é p’ent’ay.

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