O helenismo refere-se às ideias culturais, filosóficas e artísticas que surgiram na Grécia antiga e se espalharam para outras partes do mundo através das conquistas de Alexandre, o Grande.
O termo “helenístico” é usado para descrever o período desde a morte de Alexandre em 323 aC até a conquista romana da Grécia em 146 aC.
O helenismo teve um impacto profundo no judaísmo, particularmente na diáspora. Após a conquista da Palestina por Alexandre em 332 aC, a influência grega começou a se espalhar por toda a região e muitos judeus foram expostos à cultura e ideias helenísticas. Alguns judeus abraçaram o helenismo e adotaram a língua, costumes e crenças gregas, enquanto outros resistiram e se entricheiram-se em uma identidade judia, mas com assimilação seletiva de elementos do helenismo.
A influência do helenismo pode ser vista nos escritos do filósofo judeu Filo de Alexandria. Filo tentou reconciliar a filosofia grega com a religião israelita e argumentou que as ideias gregas poderiam ser usadas para apoiar as crenças judaicas. Ele acreditava que a razão e a fé eram complementares e que o conhecimento do mundo natural poderia levar a uma compreensão mais profunda de Deus.
O helenismo também teve um impacto significativo no cristianismo primitivo, que surgiu no mundo helenístico. O Novo Testamento foi escrito em grego, e muitas das ideias e conceitos encontrados no cristianismo, como o conceito de Logos (Palavra), foram influenciados pela filosofia grega. O apóstolo Paulo, que era um judeu helenizado, usou a linguagem e as ideias gregas para espalhar a mensagem do cristianismo para o público gentio.
O helenismo também influenciou o judaísmo rabínico primitivo, particularmente na área da interpretação bíblica. Os rabinos do período talmúdico (aproximadamente 200-500 aC) usavam a linguagem e os conceitos gregos para interpretar e explicar os textos judaicos, e muitos de seus ensinamentos foram influenciados pela filosofia helenística da Segunda Sofística. Por exemplo, o conceito midráshico de “pardes”, que se refere aos quatro níveis de interpretação da Torá, foi comparado à ideia grega de alegoria.