O livro de 4 Esdras, também conhecido como o Apocalipse Judaico de Esdras para não confundir com outra obra distina do Apocalipse Grego de Esdras, é um texto pseudepígrafo que consiste em sete visões dadas a Esdras, o escriba. Corresponde ao capítulos 3–14 de 2 Esdras.
As três primeiras visões tratam de questões sobre a justiça de Deus, o cativeiro babilônico e o destino dos justos e injustos. As quatro visões finais são de natureza mais simbólica, tratando do destino de Sião, o quarto reino da visão de Daniel, o triunfo do Messias e a restauração das escrituras.
O livro de 4 Esdras é considerado canônico pela Igreja Etíope e parcialmente aceito por outras tradições cristãs. Foi citado ao longo da história da Igreja como dotado de autoridade. Embora não aparece nas recensões da Septuaginta, Jerônimo traduziu-o como apêndice da Vulgata. Até mesmo Cristóvão Colombo usou 4 Esdras para apoiar seu apelo por financiamento. Impresso na Bíblia de Zurique, uma versão protestante alemã da Vulgata, os primeiros anabatistas frequentemente o citavam. Aparece em apêndice na Versão King James. Contudo, não entrou no cânone de Trento para os católicos, nem teve total aceitação entre os protestantes.
Provavelmente foi escrito por um judeu por volta do ano 100 d.C. Anima seus leitores com a esperença messiânica do esperado “Filho do Homem”. Há influências da escola de Shammai. Nem os textos originais hebraico nem grego existem hoje. Sobreviveram versões em latim, armênio, etíope e georgiano.
Foi um texo importante para fundamentar a doutrina da Queda e do Pecado Original. Em 4 Ed 5:48 diz “Oh tu, Adão, o que fizeste! Pois embora tenhas sido tu quem pecou, tu não caíste sozinho, mas todos nós que viemos de ti”.