Galgal

A palavra hebraica גַּלְגַּל galgal significa “roda que gira” aparece para referir-se ao carro celestial (Ezequiel 10:13).

A visão de Ezequiel descreve seres celestiais e um trono móvel, com rodas dentro de rodas, que se movem em sincronia e parecem estar cheias de olhos. A palavra galgal neste contexto sugere um movimento complexo e dinâmico. Sua image transmite ideias de majestade, onipresença e controle de Deus.

BIBLIOGRAFIA

Christman, Angela GR. ” What did Ezekiel see?”: Christian exegesis of Ezekiel’s vision of the chariot from Irenaeus to Gregory the Great. Vol. 4. Brill, 2005.

Elitzur, Yoel. “The Meaning of’Gilgal’.” Revue biblique 126.3 (2019): 321-343.

Evans, A. H. M. “The Movement of Ezekiel’s ‘Living Beings’ in 4Q403 Shirot ‘Olat Hashabbat. Part I: The Seventh Song.” Journal for Semitics 26.2 (2017): 647-62.

VEJA TAMBÉM

Ophanim

Gilberto Gorgulho

Gilberto da Silva Gorgulho (1933-2012), conhecido como Frei Gorgulho, foi um biblista brasileiro.

Sua contribuição para o estudo bíblico no Brasil inseri-se no movimento de leitura popular da Bíblia. Gorgulho foi um dos coordenadores, ao lado de Ivo Storniolo e Ana Flora Anderson, da edição em língua portuguesa da renomada Bíblia de Jerusalém, publicada pela Paulus em 2002 e atualizada em 2012. Além dessa obra de referência, Gorgulho foi coautor de outros livros e estudos bíblicos, incluindo trabalhos sobre os Evangelhos de Marcos e João, e o livro A Justiça dos Pobres – Mateus. Também se dedicou à preparação de “círculos bíblicos”, uma iniciativa que visava promover o estudo e a reflexão sobre a Bíblia em comunidades.

Além de sua produção bibliográfica na área da teologia e exegese bíblica, Gilberto da Silva Gorgulho foi membro do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás e da Academia Goiana de Letras (AGL), além de Conselheiro do Conselho Estadual de Cultura de Goiás e fundador da Academia Itaberina de Letras e Artes (AILA).

Galicanismo

O Galicanismo designa um conjunto de doutrinas e práticas eclesiásticas e políticas que afirmavam a autonomia da Igreja Católica na França, conhecida como Igreja Galicana, em relação à autoridade papal.

Este movimento, com raízes que remontam à Idade Média, como evidenciado pela Pragmática Sanção de Bourges em 1438, buscou limitar a jurisdição do papado sobre os assuntos temporais e espirituais do reino francês. Esse posicionamento valorizava os direitos do monarca francês e as antigas liberdades e costumes da Igreja local. O galicanismo atingiu seu apogeu no século XVII, sob o reinado de Luís XIV, com a promulgação da Declaração do Clero da França em 1682, redigida em grande parte por Jacques-Bénigne Bossuet.

Estes Quatro Artigos Galicanos constituíram o cerne da doutrina. Primeiro, o poder papal era estritamente espiritual, não se estendendo aos soberanos temporais. Segundo, a autoridade dos concílios gerais era superior à do Papa, em linha com os decretos do Concílio de Constança. Terceiro, o exercício da autoridade apostólica papal deveria respeitar os cânones, regras e instituições estabelecidas e aceitas no Reino e na Igreja da França. Quarto, embora o Papa tivesse o papel principal nas questões de fé, seus julgamentos não eram irreformáveis a menos que tivessem o consentimento da Igreja universal.

Essa afirmação de autonomia frequentemente entrelaçava-se com o poder real, que via no galicanismo um instrumento para consolidar o controle sobre a Igreja dentro de suas fronteiras, influenciando nomeações episcopais e a administração dos bens eclesiásticos. As teses galicanas suscitaram forte oposição de Roma, com papas como Inocêncio XI condenando os Artigos. Apesar da resistência papal e das complexas negociações políticas subsequentes, os princípios galicanos exerceram influência considerável na França até a Revolução Francesa.

A Concordata de 1801, firmada entre Napoleão Bonaparte e o Papa Pio VII, redefiniu as relações Igreja-Estado, e o Primeiro Concílio Vaticano em 1870, com a definição da infalibilidade papal, efetivamente minou as bases teológicas do galicanismo, embora certos sentimentos e práticas de autonomia eclesial tenham persistido em alguns círculos.

Gibeatita

O termo “gibeatita” é uma designação para uma pessoa originária ou habitante de Gibeá. Na Bíblia, encontramos essa designação associada a :

  • Aiezer: é mencionado em 1 Crônicas 12:3 como o chefe de um grupo de benjamitas valentes que se juntaram a Davi em Ziclague. Ele é identificado como filho de Semaá, de Gibeá.
  • Joás: Irmão de Aiezer, também filho de Semaá, e igualmente designado como gibeatita (1 Crônicas 12:3).

A presença desses dois irmãos, Aiezer e Joás, como líderes militares que apoiaram Davi e serem chamados de gibeatitas, indica que Gibeá era uma localidade conhecida e que produziu guerreiros notáveis.

Existem diferentes cidades chamadas Gibeá na Bíblia, o que pode causar confusão. A mais proeminente delas é Gibeá de Benjamim, que tinha um significado histórico e complexo, especialmente em relação a eventos narrados no livro de Juízes e por ser a cidade do rei Saul.